Participo da inciativa da amiga Ginebra
Tema: Adolescência
Tempo inquietante de buscas e incompreensões.
Donde o carinho interno infantil é surpreendido pelo zelo em excesso e maternal.
O amargor vem preencher a alma. Por que logo comigo?
Por ser o centro das atenções para os perigos reinantes?
Quanta disparidade!
O Dom das lágrimas recebido para a alma aliviar.
O sentimento romântico invade o meu ser, a doce espera do coração acalentar.
Que posso imaginar da vida? Se dela nada sei ainda e só estou a espera do bom e belo.
Previnem-me e roubam-me o melhor que poderia me ter acontecido... Pena mesmo!
Resta-me engolir o insuportável. Tragar o suportável. Tempo de muita melancolia gerada!
Namorar? Dançar? Passear? Ter amigas?
Não! Não! Não! Jamais! Pela vida afora se possível for, pois repressão é um lema imposto...
Não coube diálogo, compreensão.
Medo gerado da vida, do amor, do ser humano, de caminhar com as próprias pernas e dos outros depender, uma sentença imposta para valer.
Sonhar como uma princesa, esperar como uma dama.
Vestir-se de branco nos quinze anos, dançar em ritmo terno e brando. Sonhar com um beijo do príncipe, bastar-se com olho no olho enamorado, não mais.
Adolescente? Púbere? Infanto juvenil?
Que importa? Castelos imaginar, amor a esperar.
Doce espera conflituosa, coração dividido, pesar e dor, compreender as perdas iniciais.
Sensibilidade à flor da pele, coração povoado de doces encantos.
Não podia usar maquiagem, como todas meninas da época.
Se passasse um esmalte incolor duas vezes para ressaltar, era arrancado da minha mão antes de ir à missa.
Quando uma tia trazia algo moderno, não me era permitido usar.
Chorava muito pois era uma adolescente normal.
"Recebi um colete normalizador".
(J.R. Jimenez)
Explode, coração!
CURIOSIDADE DA ADOLESCÊNCIA
Gostava de jogar queimado, era do time da escola. Aprendi que o ato de passar a bola e recebê-la era um pouco do aprendizado que mais tarde necessitaria. Fez-me ter força interior para dar, receber. Jogo de inclusão que almeja gerar algo alegre.
Período onde a escrita suprime a falta de diálogo familiar.
Nada posso, nada me é permitido, só estudar, estudar e estudar.
Degraus conquistar, galgar andares do êxito cultural, estudar datilografia, corte e costura, latim, inglês, francês, cultura universal.
Como não corresponder? Avante! Neurônios polidos, êxito vivido nos estudos.
Vitórias encaminhadas, conquistas desejadas e lutadas.
Mãos ao lápis! Diário fraterno, companheiro amigo.
Coração excitado, doce e acelerado.
Solidão em meio a mil letras conjugadas. Sabores renovados.
Quem pode me impedir de sonhar?
Nunca, ninguém, jamais!
Tecer desejos, incutir e engolir afetos.
Coração, se contenha!
Espere com paciência e mansidão.
Um dia vai dar asas à sua imaginação.
A vida se renova.
Doce tempo, afinal!
Tempo de afeto reprimido, conflitos púberis debaixo do tapete. Registrado nos diários, em livros depois de lidos.
"Discretamente enviei sinal de socorro aos amigos.
Ninguém ajudou.
Me virei sozinho.
Isso me endureceu um
pouco mais."
(CAIO FERNANDO ABREU)

A adolescência é um período que deveria ser tão lindo, mas traz tantos problemas!
ResponderExcluirTeu post está muito abrangente e lindo e coloca bem tantas das situações dessa fase!
Bela participação!
Interessante que eu não notei em mim, naquela fase, problema algum. E quando dos filhos, tive os 4 na mesma fase, 4 adolescentes juntos, não foi difícil encarar. Mas com os netos, vejo claramente a fase quando começa e termina de se instalar!
beijos, lindo domingo e nova semana, chica
Muy bonito, tu poema y las reflexiones que en él dejas.
ResponderExcluirY me has hecho recordar cuando en el colegio también jugaba al balón prisionero .
Qué tiempo bonito , al menos los míos lo fueron, mis recuerdos son todos estupendos, , eso si con el corazón partido por los amores principiantes que en esa época ya comenzaban aparecer ajja. Un placer leerte.
Un besote, muy feliz semana.
Seu poema e as reflexões que você deixa nele são tão lindos.
ExcluirE você me fez lembrar de quando eu jogava queimada na escola também.
Que época linda, pelo menos a minha foi. Minhas lembranças são todas maravilhosas, embora com o coração partido pelos amores incipientes que já começavam a aparecer naquela época. Um prazer te ler.
Beijos grandes, tenha uma semana muito feliz.
As dificuldades da adolescência geralmente decorrem do fato de a pessoa não ser ainda adulta. E não ser mais criança, vendo-se numa espécie de limbo. Ela também tem hormônios jorrando no organismo, direcionando-a para novas experiências e desafios. Esses hormônios, aliás, são também os responsáveis pelas flutuações do humor. Os responsáveis têm que ter paciência para que todos atravessem essa fase de modo harmonioso.
ResponderExcluirBeijo