"Era noite.
A fogueira alumiava um pequeno espaço em roda; mas nem era precisa, porque a lua começava a surgir de trás de um morro, pálida e luminosa, brincando nas folhas do arvoredo e nas águas tranquilas do rio que serpeava ali ao pé.
O tropeiro cessou de cantar, e dentro de pouco tempo tudo era silêncio no pouso.
De vez em quando, chegava aos seus ouvidos urros longínquos, de alguma fera que vagueava na solidão. Outras vezes eram aves noturnas, que soltavam ao perto os seus pios tristonhos.
Os grilos, e também as rãs e os sapos formavam o coro daquela ópera do sertão, que o admirava decerto"...
Imagine que você ficou sozinho (a) na noite, que estava formosa e solene ...
Deixe vagar o seu espírito ao sabor das saudades, levantando e desfazendo mil castelos no ar...
Faz ressaltar seu lado espiritual que pode ser em prosa ou em verso...
Crie algo que lhe tocar o coração de acordo com o texto acima de Machado de Assis, em Parasita Azul.
Gratidão a quem, generosamente, participar de mais uma interação aqui no blog, pondo no comentário sua contribuição em poucas linhas que transcreverei ao post com seu link.
NÃO é continuação, cada um solta a imaginação em base ao texto original...
Eis a minha:
Estava só na praia num lugar ermo.
Consegui juntar um pouco de graveto e não deixar apagar a fogueira.
Cri ser fácil passar uma noite ao relento, ouvindo o marulhar das ondas.
Logo veio o medo me assaltar.
Rezei, não abandono em casa meu rosário. Debulhei-me em lágrimas de tensão, alívio e também de gratidão.
Pude rever minha vida.
Cheguei a conclusão de que, se não fosse Deus em minha vida, não conseguiria enfrentar sequer uma noite no mar sozinha, que dirá o oceano da vida!
💙 Rosélia 💙
A noite estava linda, lua timidamente se mostrava ainda em metade.
Mas era o que bastava para fazer Rosa voar...
Lembrou-se que naquela madrugada apenas iniciara outro mês, agora já Julho. Mas como? Nem vira o tempo passar... Ou melhor, vira, sim! Tanto lhe trouxe de surpresas...
Tantas mudanças na sua vida...
Agora, olhando para o céu via a luz...
E essa lhe mostrava caminhos a seguir....
Ouviria o seu coração e de joelhos, pediria ao Alto que todas as mudanças que estava vendo ocorrer, fossem para melhor ...
Rosa e o parceiro de vida estavam de mãos dadas, mas parecendo atadas.
Só podiam rezar, ajudar como podiam, mas a vida a viver era dos envolvidos...
Tomara soubessem bem o que estavam fazendo...
Só orações...
E assim, juntos, de cansaço físico e mental, adormeceram...
Eis que o celular toca, os trazendo para vida real novamente...
Trocaram beijos e abraços de desejos de bom dia, um ao outro e mudaram a folhinha do calendário.
Era JULHO!
Forças pediam para o novo semestre do ano encarar. E o fariam...
Apesar das promessas de deixar que filhos se "virassem nos trinta", sabiam que ali sempre estarão, ou melhor, enquanto forças tiverem...
E aquele toque do telefone já os fazia iniciar!
Corre que a vida nos chama!!! S'imbooooooora...
💙 Chica 💙
Não tenho medo, não hoje quando a Lua está cheia. Suspiro, sinto a brisa a acariciar-me a pele. Será a brisa a convidar-me para dançar? Será a Lua que desce por se ter apaixonado pelo rio? Não sei... eu danço com os raios de Luar e sinto-me FELIZ....
💙 Marta 💙
Eu ficaria assustada, mas pediria ao bom Deus que me guardasse das feras e do sombrio da noite, apesar de enluarada, e seguiria pé ante pé, devagarzinho na direção de algum casebre que me pudesse acolher. Pensaria no amanhecer que logo estaria chegando e finalmente me sentira aliviada do que afinal não tinha sido senão um pesadelo. Acordei e estava deitada na minha cama com o quarto inundado pela luz do sol.
💙 Ailime 💙
Nas noites de julho, de lua cheia,
quando seus ardentes olhos o sol, fecha,
A festa galopa nas florestas,
Uma orquestra de grilos se manifesta.
As cigarras dizem que cantam alto
para que todos ouçam seu belo canto.
As corujas uivam de igual modo
Com um som agudo, comprido e teimoso.
Com sapatos de ouro e prata saltam
As centopéias mais alegres das montanhas.
As corujas de olho no vigilante
Ouvido atento e caixa alertaram:
Avançam os tipos de duas pernas!
(En las noches de julio, de luna llena,
cuando sus ardientes ojos el sol cierra,
y la fiesta galopa en las florestas,
una orquesta de grillos, se manifiesta.
.
Las chicharras dicen que cantan alto
para que todos oigan su bello canto.
Las lechuzas cantan de igual modo
con un sonido agudo, largo y tozudo..
.
Con zapatos de oro y plata, saltan
los ciempiés más alegres de la montaña.
Los búhos ojo avizor,
Oído atento y escrutador alertarán:
¡Cuidado, cuerpos a tierra!
¡Avanzan los tipos de las dos piernas.)
Noites enluaradas de Julho, com os montes descobertos, os ribeiros cantantes, os corações por amor desertos, prados de flores distantes
a aguardar manhãs de orvalho, regatos a debruar com águas ledas a dançar, e este meu esperar sem esperanças, anda o amor num vai-vém, dá fruto mas sabor não, já não tem... daqui a pouco lá vem mais uma estação, paixão já não ouso esperar, e amor, é flor a murchar.
"Por trás dos montes, a lua surgiu majestosa, porém tímida. O reflexo dela no rio lembrava muitas cenas iguais, registradas pelos olhos, ou eternizadas em fotos e filmes. Em volta, a brisa fria favorecia o arrepio, que sobrevinha aos urros das feras longínquas ou aos rumores de animais próximos, como as corujas. Dentro do peito uma combinação estranha de temor, coragem e pura satisfação por estar como que mergulhado nas profundezas da natureza, experimentando a essência da vida."
Que podemos fazer, se as nuvens tecem no azul castelos encantados? Ou serão as sombras dos barcos sem rota, esperando os marinheiros perdidos e desvairados do apelo do mar? Que fazer quando, de olhar assombrado, é infrutífera qualquer tentativa de suspeitar dos sentidos?
Os trovões ribombavam ao longe. Clarões na noite, a espaços. A chuva começou a cair, em grandes bátegas. Eu e os meus irmãos, rogávamos a Santa Bárbara pela sua intervenção. De repente, da arriba uma grande "quebrada" iniciou-se trazendo pedra, água,lama na direcção da nossa casa, mesmo à beira do precipício.Sem que soubéssemos como nem porquê a enxurrada parou mesmo a meio caminho. Do alto do Tabuleirinho uma luz intensa brilha e banha-nos numa grande doçura. E o António, meu irmão mais velho, grita jubilosamente: Viva, Santa Bárbara!
Numa noite de Verão
Que nunca foi assombrada,
A Lua e o coração
Tornaram-na encantada.
Numa noite de Lua Cheia,
sentada ao lado de uma fogueira
Vejo estrelas dançando no céu
Embalando minhas fantasias.
Que teimam fugir do real.
Boa noite, meu amor!
Boa noite, luar!
Vamos, juntinhos, passar esta noite.
Como se não houvesse amanhã.
Sonhar e amar.
Era noite......e a lua clareava meu olhar,
Desenhava sonhos em nuvens de algodão
Refletindo sua luz num clarão a despontar
Minha face enluarada naquela escuridão.
Ao longe, o vento trazia os sons da matas,
Uivos e pios misturavam-se aos murmúrios
Dos rios, das cachoeiras em belas sonatas
De encantos compondo todo mágico cenário.
No céu, as estrelas cintilavam nas clareiras
Da floresta, vigiavam os eternos enamorados
E suspiravam ciúmes em desejos de amar.
E a lua toda branca irradiava sua luz parceira
Imantando as batidas do meu coração apaixonado
Com frenesis do amor docemente a me conspirar.
Era noite de sedução!
O`lua, sentinela do amor!
Às vezes aqui está um breu, e ouço os latidos distante dos cachorros, fico imaginando, será que tem gato no telhado e alguém causando insônia? O piado da coruja caçando era mais frequente, agora se tornou raro, telefone tocando a noite causa angustia, temos que orar muito para podermos dormir em paz.
Nossas noites no interior são silenciosas, isoladas e reflexivas.
Noite enluarada,
O som da natureza
Me contagia
Afasto os receios
e me entrego à magia
que se reflete no fogo
que incendeia a alma
que pulsa de amor à vida.