"O meu rosto não é para mim."
Uma máxima da espiritualidade universal.
Há mais de trinta anos, tive um ensinamento bem básico, da minha madrinha de oração que faleceu no ano passado com quase 100 anos, entretanto, foi um choque emocional para mim na ocasião.
Como assim?
Então todos temos que nos mascarar para vivermos em sociedade?
Não!
Precisei me autoconhecer, raspar várias camadas de tintas do meu eu real, até chegar mais próxima à original face, a que me revelo sem hipocrisia.
Terei já conseguido?
Para ser honesta comigo, muitas vezes sim... meu sorriso vai além de cara de paisagem, muito além, vem da alma, mesmo sofrendo algumas adversidades no cotidiano ("O meu rosto não é para mim").
Por outro lado, tendo o mar por perto, ajudo-o a regar a areia quando a maré está baixa e tudo passa... quando alta, aí mesmo que ninguém percebe a abundância das lágrimas que aprendi a engolir, desde pequenina.
É pura ascese, mística, crescimento, maturidade emocional, como quiserem chamar.
Claro que cresci muito em décadas de vida, seria um absurdo se assim não acontecesse em minha alma numa de suas inúmeras camadas (o que é normal). Elas são separadas, mas interligadas, A psicologia, a filosofia, a espiritualidade já nos ensinam assim. Somos seres complexos.
Já não me custa, em absoluto, dar um sorridente Bom Dia na orla caminhando, independentemente se dormi bem ou não...
As pessoas não têm culpa do meu estado de ânimo (mesmo que tenham algumas, outros não têm)... "O meu rosto não é para mim".
Como proteção das críticas destrutivas sociais, não é preciso mais usá-las, já as queimei há anos... Ufa! Deus me ajudou a me superar e a me defender com serenidade. O lado mordaz e ferino alheio não me subestimam mais. Não sou melhor nem pior do que os demais... apenas sou eu.
Meus medos e inseguranças são já bem adestrados, sou guerreira assumida, forjada pelo Aço blindado Divino.
Não oculto minhas emoções para não transparecer vulnerabilidade, muito pelo contrário, quanto mais sincera for para comigo, mais terei capacidade de me superar. É aprendizado diário.
No virtual e no real (para íntimos), coloco minhas fragilidades e tenho preces a meu favor, é o que me interessa, não sou indestrutível, nem mulher biônica, máscaras disfarçando minha realidade eu dispenso, tenho ojeriza.
Com maquiagem, posso despistar imperfeições físicas, parecer mais nova até, mas não existe uma para disfarçar minhas sombras nem as virtudes que todos temos e eu também.
Há anos e anos dispenso validações, obrigada.
Amigos me ajudaram muito a crescer e a tirar, com muito prazer, as máscaras sociais.
Afinal, sou da geração que ouviu:
O que os outros vão dizer?
Ai nasceram as máscaras...
Tenho muito a crescer ainda, mas prefiro ir de cara limpa. Dá menos trabalho, é leveza na alma.
"Quem coleciona máscaras esquece a própria identidade. A autenticidade é o alicerce de quem somos e do que construímos."
(André Mansur)
No dia 22, começará a festa de comemoração dos 16 anos do blog. É, para mim, um momento anual de renovar forças para continuar a blogar com muito ânimo e generosidade pois tenho o blog como minha segunda família.

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