Havia um grande rei numa terra muito distante.
Muito poderoso do que já se teve
notícia.
Seus territórios eram imensos.
Seu poder superava o sonho de todos os
poderosos.
Seu exército tinha milhares de oficiais
e hostes incontáveis de soldados.
Era grande em poder e imensurável em
sabedoria.
Os pensadores prostravam-se aos seus
pés e bebiam da sua inteligência.
Sua eloquência beirava ao
inacreditável.
Todos os oradores do mundo ficavam
perplexos ao ouvi-lo.
Suas palavras soavam como notas
musicais que resgatavam o ânimo e reanimavam o espírito.
Sua bondade era bela como a mais
agradável melodia.
Tinha milhares de serviçais, mas dava
atenção a todos como se eles fossem reis.
Tinha milhões de súditos, mas tratava
cada um deles como aos seus mais graduados oficiais.
Os pequenos do seu reino eram honrados
como sábios.
Diferente de todos os poderosos do
mundo, almejava ao coração dos seus súditos e não a servidão.
Por isso, era profundamente amado.
Por onde ele passava, ele era
aplaudido.
Tinha milhares de músicas espalhadas
pelos seus palácios. Todos de prontidão para agradecê-lo pela sua generosidade,
todos a postos para louvá-lo.
O rei era tão rico e tão bondoso que
não cobrava imposto do seu povo, ao contrário, frequentemente a supria com
abundância de alimentos.
Sua amabilidade chegava ao impensável,
ele dava plena liberdade aos milhões de súditos que o serviam em seus palácios
e a todos os homens do seu povo para servi-lo ou abandoná-lo.
Nos seus imensos palácios não havia
problema.
Os seus oficiais, ministros, exércitos
e serviçais desfrutavam de plena fartura.
Mas os homens desprezaram o caminho da
sabedoria, esmagavam a solidariedade, pisaram no Amor, trucidaram o respeito
mútuo e golpearam a liberdade.
A liberdade e a miséria brotaram
naqueles solos.
O rei entristeceu-se profundamente,
pois os amava como se eles fossem a continuação do seu ser.
Enviou inúmeros sábios para lhes
corrigir as veredas, mas eles pareciam incorrigíveis.
Todos que assistiam o grande rei
perceberam seu abatimento.
Estavam preocupados, pois isso nunca
tinha acontecido.
Seus ministros chamaram os cantores que
lhe fizeram grandes recitais, mas nada o animava.
Seus sábios reuniram-se para elogiar
sua espetacular inteligência, mas nenhum elogio o satisfazia.
Seus oficiais reuniram-se para falar da
sua grandeza, mas nenhuma hora trazia-lhe alento.
Houve angústia em todo seu reino pela
tristeza do rei.
Eles o amavam profundamente, mas não
sabiam como acender as chamas da sua alegria.