Miguel: é
considerado o maior dos anjos.
Seu nome significa: "Quem é como Deus?".
Ele é frequentemente representado com uma balança
na qual pesa tudo.
É também contra o dragão da escuridão.
Na Alemanha, Miguel é visto como padroeiro
celestial do país.
Seu dia, 29/09 também é festejado pela Igreja
evangélica.
Bach compôs para esse dia, uma cantata:
"Começou uma batalha".
Desde a vitória de Miguel, o homem sabe que
está protegido dos poderes satânicos.
Bach exprime isso na formidável iria de tenor.
"Ficai, anjos, ficai ao meu lado."
Miguel também é considerado o acompanhante das
almas para a glória de Deus.
Na idade Média, ele também era visto como o anjo
contra a peste, que reprime a epidemia ameaçadora.
Miguel conhece as forças terapêuticas ocultas da
terra e das águas.
Ele é o anjo protetor que Deus põe ao nosso
lado.
Nele, a força protetora de Deus nos circunda.
Mas Miguel também é o anjo que nos desafia.
Ele nos faz a pergunta: Quem é como
Deus?
Mas ele desencontra a sua natureza humana; Um ídolo
e a medida suprema.
Mas essa é a causa de inúmeros sofrimentos no
mundo.
Mas todos nós corremos o perigo de querer ser como
Deus.
Um tem a tentação de querer ser perfeito.
Outro quer ser sem falha e acha que essa é a
vontade de Deus.
Na realidade, é sua ganância que o
impulsiona.
O outro tem a postura de absolutizar seus
critérios, de não se deixar questionar por ninguém.
Quer fazer e mandar como quiser e não se deixar
interromper por ninguém.
Para Jung, a tentação de querer ser como
Deus se exprime na identificação como uma imagem angélica.
Posso, por exemplo, me identificar como o arquétipo
do Profeta.
Então, tenho a impressão de que sou o único que
ousa dizer a verdade. Mas isso me torna cego para as minhas próprias
necessidades.
Ou então, me identifico com o arquétipo do
curandeiro.
Acho que posso curar a mulher doente que me
procura.
Mas eu me ergo além dos meus próprios limites
e não noto como eu, com essa imagem tão elevada, me desvio da satisfação das
minhas necessidades, totalmente vitais de proximidade e atenção.
Quem quer ser como Deus destrói a vida, desencontra
a vida, peca.
É isso o que expressa a narração da primeira queda
humana no pecado. (Gn 3)
Falei do perigo de querer ser como Deus.
Há o outro perigo de adorarmos ídolos e não a
Deus.
Em nossa época, esses ídolos são sobretudo: poder,
dinheiro, sexualidade.
Esses três âmbitos pretendem ser absolutos e
determinam totalmente o pensamento e esforço humanos.
Miguel nos lança a pergunta que não nos deixa em
paz: Quem é como Deus?
Apenas se adorarmos a Deus seremos verdadeiramente
humanos, capazes de cultivar uma convivência humana. Nunca estamos imunes
ao perigo de dar valor absoluto a alguma coisa que não tivesse valor.
Faça sempre esta pergunta a você: Quem é
como Deus?
Você então descobrirá em que consiste o risco de
dar um valor absoluto ao que é humano, de se equiparar com o brilho e o Poder
Divino, de querer ser como Deus.
Trata-se de nos aceitar em nossa limitação humana.
Apenas se conservar seu limite humano você poderá
absorver Deus e se tornar permeável pela Sua Realidade.
Quando se equipara com Deus ou com atributos
divinos e se identifica com imagens arquétipas, você se torna o diabolos (palavra
grega para o diabo, ou seja, o causador de confusão),
põe tudo em desordem e se confunde a si mesmo e às pessoas ao redor.
Hoje meu filho tem o seu Onomástico, pois se chama Miguel.