sábado, 30 de junho de 2012

Sabedoria que Brota do Cotidiano (XVI)


Cassiano

João, abade de um grande Mosteiro, foi ao Abba Paésio que tinha vivido por quarenta anos muito longe, no Deserto.
 Como João gostava muito do Paésio e podia, portanto, falar-lhe livremente, disse-lhe:
-Qual foi o bem que me fez, vivendo aqui retirado por tanto tempo e não sendo facilmente incomodado por ninguém?


E o Abba Paésio retorquiu:
- Desde que moro na solidão, o sol jamais me viu comer.
Mas Abba João lhe disse:

- Quanto a mim, por tanto tempo quanto vivi em comunidade, o sol jamais me viu encolerizado...

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Felicidade




Olhem só o nosso último diálogo:
O pequeno lindo fez emocionar-me quando retornei com a toalha e ele estava com as duas mãozinhas postas (em forma de oração) no box... à minha espera e dizendo baixinho:
- Que bom, Papai do Céu, por ter uma vovó que me dá banho!

Olhem só o nosso último diálogo:
O pequeno lindo fez emocionar-me quando retornei com a toalha e ele estava com as duas mãozinhas postas (em forma de oração) no box... à minha espera e dizendo baixinho:
- Que bom, Papai do Céu, por ter uma vovó que me dá banho!



Quando eu lhe pedi que pegasse algo em minha bolsa ele veio com um envelope com minhas passagens para as futuras próximas viagens... eu lhe disse:
- Cuidado, meu querido, se eu perder, eu não posso mais viajar...
Ele logo retrucou:
- Viva! Oba! Parabéns!
Sempre insiste que deseja que eu more com ele...


Num supermercado próximo da sua residência, ele, no carrinho, viu um corte de boi enorme e com os olhinhos tristes me disse:
- Por que isso, vovó?
- Tem que ser assim?
- O que, meu amor?
- Essa crueldade com os bichinhos?



quinta-feira, 28 de junho de 2012

Sabedoria que Brota do Cotidiano (XV)

Cassiano

João, abade de um grande Mosteiro, foi ao Abba Paésio que tinha vivido por quarenta anos muito longe, no Deserto.
 Como João gostava muito do Paésio e podia, portanto, falar-lhe livremente, disse-lhe:
-Qual foi o bem que me fez, vivendo aqui retirado por tanto tempo e não sendo facilmente incomodado por ninguém?


E o Abba Paésio retorquiu:
- Desde que moro na solidão, o sol jamais me viu comer.
Mas Abba João lhe disse:

- Quanto a mim, por tanto tempo quanto vivi em comunidade, o sol jamais me viu encolerizado...

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Tempo de Espera (I)



(Pe. Fábio de Melo)

Serão seis séries...

Temos muitos questionamentos, reduções das possibilidades de ser...
É importante simplificar...
Por que?
Para que?

Saborear...
Essência...
Afunilamento...

Não há conflito nas bromélias...
Não há angústia nas rosas...
Nem ansiedade nos jasmins...

Toda perda sempre esconde um ganho...

Amar a minha for... (descobri que sou jardineira)...
Sou mortal...
Retiro as armaduras e volto à simplicidade...

Aprendo a perder...

Batalha perdida...
Organizo o meu luto...
Há sepultamento necessário para o prosseguimento da vida...
Libertação de fantasmas... para desfrutar o sabor das novas conquistas...
Há vitórias na perda!
O Gáudio é assumir a nova realidade... não me distrair com questionamentos tolos... e doentios...
Reconfigurar a vida!
Após ausência estabelecida... renovar destroços!
Desprender-me de entulhos...
Contradições são instigantes...
Sugerir mais do que explicar!
O AMOR É PROCESSUAL... É ELÃ...


Encaixe de peças:
Encantar...
Desencantar...
Esperar...
Questionar...
Restauração da casa do meu amor...
Êxodo...
Saio do risco da estagnação... desapego-me dos cadavéricos apegos e acolho o novo...
Remonto cenários!
Saio dos pés das recordações...
Eis que chega o meu tempo redentor!
Distancio...
Perco pressa, urgências...
Vou além!
Enxergo oásis...

Coisas pequenas... jeito novo de ver o velho...
Sou feliz mesmo não estando alegre...
O melhor da festa é esperar por ela...

Tempo de esquecer o que sei do amor...
Aprender o que não sei...
Sem mesuras
Sem dissecar
Sem ter certeza
O meu amor morreu mas não acabou!

Estou na fase do amor além das utilidades...
Amor sem pressa...
Sofro o processo de desconstrução...
Desaprendo de vencer... de querer ser grande...
É desafio!
Ocupo-me com a simplicidade mais do que nunca...
Refloresço!

(Tempo de Espera- Pe. Fábio de Melo)



segunda-feira, 25 de junho de 2012

Sabedoria que Brota do Cotidiano (XIV)



Abba Poimen contou que Abba João havia rezado pedindo a Deus para livrá-lo das paixões, de modo a poder ficar despreocupado.
De fato, Abba João foi ter com um dos anciãos e lhe disse o seguinte:
- Encontro-me em paz, sem um inimigo.
E o ancião respondeu:

Então vai e peça a Deus para fomentar uma guerra dentro de você para que possa obter de novo a aflição e a humildade que costumava a ter, pois é pela luta que a alma progride.
Então ele pediu a Deus e quando a luta chegou, ele não mais rezou para se ver livre dela mas disse:
- Senhor, dá-me a força para o combate!

(D. Chittister, OSB)

domingo, 24 de junho de 2012

Sabedoria que Brota do Cotidiano (XIII)



Certa vez, um visitante veio ao Mosteiro procurando o objetivo e o sentido da vida.
O Mestre disse ao visitante:
-Se o que você procura é a Verdade, há uma coisa que deve ter acima de tudo.
-Eu sei...
Disse o visitante.

sábado, 23 de junho de 2012

Sabedoria que Brota do Cotidiano (XII)


Certa vez, uma pessoa entregou alguns figos secos aos Monges de uma Comunidade.
Como não valiam nada, ninguém os levou ao Abba Arsênio para não o ofender.
Sabendo disso, o ancião não foi naquele dia à reunião comunitária e disse:

- Vocês me puseram de lado não me dando um aparte das bênçãos que Deus lhes mandou e que, provavelmente, eu não era digno de receber.
Todos os que ouviram isso, ficaram edificados. Então, um dos Monges levou para ele os pequenos figos, enrugados e secos e Arsênio foi a reunião da comunidade de novo com alegria.


(D. Chittister, OSB)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Felicidade




Meu netinho do meio... o adoradinho 10 da vó...


Hoje é dia de Festa Junina no Colégio dele e depois mostro as fotos...

Cuidar, um gesto de amor

http://www.youtube.com/embed/8OcG4U4s5Ys



P.S. Estou a uma hora da Bahia... na volta, comento...

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Sabedoria que Brota do Cotidiano (XI)



Uma vez, quando Abba Arsênio ficou doente, foi levado, pelos irmãos, até a igreja e colocado numa cama com um pequeno travesseiro sob sua cabeça: um conforto inaudito por Monges daquele tempo.
Um Monge tinha vindo procurá-lo para Direção Espiritual quando o viu deitado numa cama, com um pequeno travesseiro sob a cabeça e ficou chocado.
É, realmente, o Abba Arsênio este homem deixado dessa maneira?
Então, um dos Monges chamou-o à parte e lhe disse.
- Na aldeia onde você vivia, qual era o seu ofício?
Perguntou:
- Eu era pastor...
Respondeu o visitante.
- E como você vivia então?
Continuou o Monge.
- Eu tinha uma vida muito dura...
Respondeu o visitante.
Então disse o Monge:
- E como você vive na sua cela agora?
E o visitante disse:
- Oh! Agora estou bem confortável.
Então o Monge lhe disse:
- Vê o Abba Arsênio?
Antes de se tornar Monge, fui pai do imperador. Enquanto você esteve no mundo como pastor, você não desfrutava das comodidades que tem agora, mais ele não leva mais a vida suave que tinha no mundo. Portanto, você está sempre cômodo enquanto ele está sempre sem conforto. O visitante prostrou-se dizendo:
- Pai, perdoa-me por haver pecado. Verdadeiramente, o caminho que este homem segue é o caminho de verdade, pois conduz a humildade, enquanto o meu conduz ao conforto.
E o Monge se afastou edificado!

(D. Chittister, OSB)


quarta-feira, 20 de junho de 2012

A Sabedoria que Brota do Cotidiano -(X)


Um dia, um santo Monge estava vindo ao povoado para vender alguns pequenos artigos e comprar o alimento do qual vivia.
Um paralítico que estava à beira, lhe perguntou:
- Aonde vais, Mestre?


E, quando o Monge respondeu que estava indo ao povoado, disse o paralítico:
-Poderia fazer o favor de me levar contigo até lá?
Então o Mestre carregou o paralítico até o povoado.
Depois o paralítico disse:
- Podes deixar-me onde vendes tuas mercadorias.
E o Mestre assim fez.
Quando o Monge vendeu um artigo, disse o paralítico:
- Por quanto o vendeste?
E, quando o Monge disse o preço, o paralítico retorquiu:
- Poderias comprar para mim um bolo com esse dinheiro?
E assim fez o Mestre.
Quando acabou a hora da venda...
- Agora chegou ao lugar onde o Mestre tinha encontrado o mendigo paralítico.
Este lhe disse:
- Estás plenificado com as bênçãos divinas no Céu e na Terra.
E desapareceu.
Então o Monge compreendeu que o paralítico era um anjo enviado para experimentá-lo, tanto no espírito como no corpo.

(D. Chittister, OSB)

terça-feira, 19 de junho de 2012

A Sabedoria que Brota do Cotidiano (IX)

Um dia, um viajante pediu ao Mestre uma palavra de sabedoria que o guiasse para o resto da viagem.
O Mestre ouviu, afavelmente, mas como era um dia de silêncio, tomou uma folha de papel e nela escreveu uma única palavra:
- Atenção!
O viajante ficou perplexo e disse:
- Atenção! 
- Mas é muito pouco. Não poderia aumentar um pouquinho?
Então o Mestre pegou de novo o papel e escreveu:
- Atenção, atenção e atenção!
- Mas que significa esta palavra?

Perguntou o viajante.
O Mestre tomou finalmente o papel e escreveu clara e firmemente:
- Atenção, atenção significa: Atenção!


(D. Chittister, OSB)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A Sabedoria que Brota do Cotidiano (VIII)



- Que fazem vocês no Mosteiro?


- Oh! Nós caímos e levantamos. Tornamos a cair e tornamos a levantar.
Respondeu o monge ancião.


(D. Chittister, OSB)

sábado, 16 de junho de 2012

A Sabedoria que Brota do Cotidiano (VII)


Um dia, o Mestre disse:
- É muito mais fácil viajar do que ficar no mesmo lugar.
-Por que?
Perguntou o discípulo.
Respondeu o Mestre:


- Porque enquanto viaja para um objetivo pode aferrar-se a um sonho. Quando param, devem enfrentar a realidade.
-Mas...
Perguntou o discípulo...
- Como nos converteremos se não tivermos objetivos ou sonhos? 
- Uma mudança verdadeira é a que é desejada. Enfrentem a realidade
 e acontecerá a transformação não desejada.

(D. Chittister, OSB)


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Sabedoria que Brota do Cotidiano (VI)



Ensinava um Mestre:
- Há três etapas no desenvolvimento espiritual: a carnal, a espiritual e a divina.
Perguntou o discípulo:
- Qual é a etapa carnal?
Respondeu o Mestre:
- É a etapa no qual as árvores são vistas como árvores e as montanhas como montanhas.
E a etapa espiritual?
Perguntou ansiosamente o discípulo.
Respondeu o Mestre:

- É quando olhamos mais profundamente para as coisas. Então as árvores não são mais árvores e as montanhas não são mais montanhas.
-E a divina?
Perguntou o discípulo já sem fôlego.
- Ah! Respondeu o Mestre sorrindo: é  a iluminação, quando as árvores se tornam novamente árvores e as montanhas, montanhas.


(D. Chittister, OSB)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Sabedoria que brota do cotidiano (V)



Disseram os discípulos a um ancião:
- Ajuda-nos a encontrar a Deus.
- Ninguém pode ajudá-los nisso.  
Respondeu o ancião.
-Por que? 


Perguntaram os discípulos assombrados.
- Pela mesma razão porque ninguém ajuda os peixes a encontrarem o oceano...

(D. Chittister, OSB)

terça-feira, 12 de junho de 2012

Carta ao Marido que Deus me deu

 "A distância pode separar dois olhares, mas nunca dois corações!"  





                                   "A distância pode separar dois olhares, mas nunca dois corações!"  
 É o dia dos namorados.
                                     Faz luar e tremeluzentes estrelas pontilham o céu...
                                     Ouço música em surdina e me ponho a perguntar:
                                     Que pensamentos fluíam do teu cérebro, que sentimentos tinhas no coração, que planos tua inteligência formulava, naquele triste e fatídico momento que desde a eternidade fora determinado a ela te devolver? Pensava em Deus? Na ingratidão que recebestes? No mal que te fiz?
                                    Talvez não mais de mim te recordasses quando aquele fio – apenas um fio – que tinha o poder de tudo destruir fulminou-te, cortando teus pensamentos, teus sentimentos, teus planos prostrando-te, sem vida, em poucos segundos. Cantarolavas baixinho, despreocupado, alguma canção de amor? Ou a bebida te toldara o olhar que não viste o fio da morte suspenso sobre ti?
                                     Onde estás agora? Em que Estrela? Em que Céus? Em que Infinito?

                                     Preciso dizer-te que o rio continua a correr mansamente, que as brancas cascatas se despenham murmurando nos penhascos e que barcos singram as mesmas águas de outrora, trazendo outros viandantes que não tu.
                                     As árvores continuam a espalhar-se nas águas, balançando-se ao sabor da brisa ou se deixando açoitar pela fúria do vento. Gerações de pássaros já fizeram seus ninhos e com seu canto saudaram o nascer do sol, naqueles mesmos lugares onde estivemos.
                                    O luar, o vento, os campos, as verdes serras, os caminhos tantas vezes por nós percorridos pertencem a outras vidas que não as nossas.
                                   Preciso dizer-te que a chuva continua a cair sobre a terra sedenta, cantando e tamborilando e o vento que levanta o pó da estrada assobia sua canção, fazendo cirandar meu pensamento.
                                    Os crepúsculos tenho-os visto sozinha. As neblinas das madrugadas têm a mesma brancura da antigamente e as estações se sucedem, derrubando folhas secas, fazendo germinar sementes e amadurecendo os frutos; tenho vivido gélidos invernos, visto o alegre colorido das floridas primaveras e me lembrado tanto de ti nas inebriantes e claras manhãs de sol!
                                   Seresteiros cantam suas canções à lua, ao som de um triste pinho, crianças brincam nas calçadas. Casais de namorados passam abraçados e locomotivas uivam e ululam na curva do caminho.
                                  A vida continua...
                                  Muitas vezes, ouço a tua voz, reconheço os teus gestos, vejo os teus olhos, a cor de teus cabelos, a tua altura em alguém que passa, alguém que nunca vira e que não tornarei a ver. Aqui, detenho-me reconhecendo o teu gênio, ali, a tua valentia, em outro, a tua bondade, o teu caráter altivo e honesto...
             Todos os bons sentimentos, tudo de belo, todas estas coisas que te falo são ecos de tua presença neste mundo, são um pouco de ti, testemunhas mudas da nossa passagem juntos pelo mesmo caminho da vida.
              Hoje, Dia dos Namorados, ouço, vinda não sei de onde, a “nossa música” e senti que está perto de mim o Infinito.

  As lembranças, eu não as chamei, elas chegaram de mansinho, na música, no ar, em nada...
              Estás vivos no meu pensamento. Preciso dar-te um presente do “nosso dia”.
              As atalaias do templo estão chamando os crentes à oração.
              Entro... e diante da Virgem, oro por ti...





         

(carta presente da querida amiga Flora do Blog:  http://floradaserra.blogspot.com.br/ )


Serei atingido com mais força pelas tristezas,
se me recordar das alegrias...



(clique aqui, por gentileza, para ouvir)



Participando da iniciativa da querida Norma do blog:
http://pensandoemfamilia.com.br/blog/datas-comemorativas/convidando-voce/

namorados2


Deus nos deu lembranças
para que  possamos 
ter rosas fora da temporada.



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