sábado, 10 de maio de 2025

Recordações





Participo do desafio da amiga Ginebra


O coração humano é um poço sem fundo. Ao longo de seu itinerário, o homem procura preencher o íntimo vazio. Há quem veja no dinheiro o pão para matar sua fome. Muitos o procuram no poder. Outros no prazer. Outros em trabalhos e atividades.

Naturalmente, será apenas questão de tempo a decepção, pois a sede humana é muito mais profunda. Por isso mesmo, neste Evangelho, chega a ser comovente a declaração do apóstolo Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta!
Esta percepção está base das grandes conversões. Desde Agostinho de Hipona até Charles de Foucauld, desde Théodore Ratisbonne até Edith Stein, suas vidas foram catapultadas com a iluminação esmagadora de que somente um mergulho em Deus poderia dar sentido pleno às suas vidas.
A mística espanhola resumiria tudo em uma única frase:

Solo Dios basta...

A imagem acima foi a escolhida da vez.

Era uma criança obediente, desenvolveu um medo crônico e, consequentemente, uma disidrose, causada por estresse.
Desde a adolescência, tinha o sábado para faxinar a casa como a Gata Borralheira. A exigência pior era na hora dos móveis rústicos, estilo Luís XV, cheio de voltas para passar óleo em todas as curvas. Agachava-se, cansava bem, suava, tinha tudo que sair perfeito.
Outra tarefa bem puxada era passar o escovão no chão de cera vermelha que ela encerava, mais tarde teve enceradeira, aí facilitou, gostava de lustrar o piso, já com taco.
Saía, literalmente, do estado dos contos de fada de criança para outro estado de alma.
Com um modo de vida de muita pressão por exigência de nota dez em todas as disciplina na escola e outras mais por ser a mais velha, esteve à beira de uma revolta na explosão da adolescência. Não havia espaço para tal. Tinha que esperar a maioridade para a sua liberdade, pois nada podia fazer.
Na fase adulta, precisa manter a bondade, em meio aos maus tratos, não deve transferir seus traumas aos semelhantes. A esperança precisa ser, periodicamente, reavivada.
Afinal, não pode ser dependente de um príncipe que a venha libertar e lhe dar mordomias que nunca teve.
Na melhor idade, os encantados não existem por aí dando sopa... os últimos dos moicanos estão comprometidos.
Aprendeu que saber limpar uma casa é tão importante como limpar sua alma (seu espírito) de tudo que desagrega. Faz seu serviço doméstico com satisfação e sem nenhuma intimidação.
Como ela reage ao que viveu?
Lendo e escrevendo, é a 'fuga' mais livre que ela reconhece e vive.

Temos dores? Debrucemos sobre as palavras. Minha escrita faz parte da minha resiliência.

"O papel tem mais paciência do que as pessoas."
(Anne Frank)

Obrigada, querida amiga Ginebra





Abençoado Dia das Mães às mamães do lado de cá do Atlântico.



















Um comentário:

  1. Que linda participação e texto!
    Que bom quando a sabedoria de cvida mostra caminhos para "fugas e escapes" que não façam mal à ninguém ,nem a si mesma! Bela fuga a escrita e leitura que cada vez mais se amplia! Lindo! beijos, ótimo e feliz dia das mães! chica

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