terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Ensinar às Crianças


 


Imagem para inspiração:


https://www.youtube.com/watch?v=au1iVj7Gy5o


Ser criança, fase tão linda,

Ficamos nós na berlinda.
Somos protegidos, amados,
Com amor, muito dotados.

Estar criança, urge pujança,
Dose de sabor, temperança.
Vive-se da leveza, na pureza,
Cultiva-se simpatia e alegria.

Permanecer criança, é dom,
Temos toda paz, é tão bom!
Estado de alma, que acalma,
Sintonia equilibrada, alquimia.

Cultivar a infância, vivenciar,
Ter coração na disposição.
Na confiança, protegida ser,
Amabilidade, devemos ter...

Uma imagem, uma trova 6


Participando também da iniciativa da amiga Lúcia

Santana ensina Maria,
Sua filha da alegria,
Avó do Menino Deus,
Cuida de todos os meus.




domingo, 23 de fevereiro de 2025

Pouco a Pouco

                     







Vejo um enorme corredor,

Sinto ainda interna dor,
Vislumbro o distante céu,
De um azul tênue, todo meu.

As pequenas árvores cercam
O jardim de Inverno, enfeitam.
Folha ao vento da nova Estação,
Elas fazem  terna manifestação.

Alivio minha interna pena,
Volto a ser eu mesma, amena. 
Pássaros passeiam, gorjeiam, 
Eles amenizam, vida suavizam.

Alegrando-me pouco a pouco,
Após todo perecido passível,
Por uma fase difícil terrível,
Num mundo cada vez mais louco.




Obrigada, querida amiga Emília.

Anjos - Poetando


Participando da iniciativa da amiga Verena




No rubro duma perfumada rosa,
Sente a presença do bem-amado.
Relembra, vê-se ainda mimosa,
Nada mais importa a seu lado.

Flor vermelha é  inesquecível, 
Denota afeto jamais perecível.
Uma vez doada, simboliza amor,
Abre espaço ao afeto sem dor.

Não se deve ofertar se não for 
A firmar entrelaços de bom odor.
Mulher é um ser muito sensível,
Não merece ser objeto perecível. 

Sensibilidade do Cupido atrevido, 
Doador se lança ao coração ávido.
Carinhos fazem felicidade no ser,
Não devem ao léu deixar perecer.

 




sábado, 22 de fevereiro de 2025

A Arte de Envelhecer II

 


Uma das coisas boas sobre envelhecer é nos tornarmos pragmáticos.

                Procuramos apenas palavras.   Ou o sono. Não nos preocupamos

                com o motivo de fixar o olhar demoradamente., a imaginar...

                Não nos preocupamos mais com o futuro.

                Apenas desejamos que o presente não se acabe.

                O coração e a mente se alinham.

                E, de repente, as coisas não precisam mais fazer tanto sentido...'

                  (Clarice Lispector)



Uma palavra, um conto


Participando da iniciativa da amiga Norma Emiliano 


A palavra 

Estranhamento


Ângela e Marília sabiam que as dezenas estavam se acumulando dia após dia e não lhes causava estranhamento algum. 

Não fossem alguns contratempos típicos da idade, nada as tirava do sério  em alguns momentos. 

Ambas tinham filhos distantes, cada qual com suas famílias constituídas. 

Visitavam ou eram visitadas por eles e seus netos. 

Tudo era normal como boas vizinhas do mesmo edifício. Não incomodavam uma a outra, partilhavam quitutes, tomavam cafezinho juntas alguns  dias, iam ao médico juntas  e ainda passeavam para espantar males próprios dos anos idos, após consultas e exames que se acumulavam. Uma dava força à outra.

Estranhamento para elas era ver pessoas se digladiando por nada... gente sem noção  reclamando de tudo (inclusive do calor  ou do frio) sem aproveitar os últimos anos da vida.

Como estranhar a cordialidade, a amizade,  a boa convivência da vizinhança? Jamais! Aliás, eram ambas viúvas e os demais dois vizinhos do andar eram casal de também idosos, mas eram pares. 

Estranhamento sem noção é a falta de amor ao próximo.


A Arte de Envelhecer I





quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

A Arte de Envelhecer I



(Estive visitando uma Casa de Idosos)


A Arte do Envelhecer


Não só o nascer do sol é belo, também o entardecer dele é lindo.

"O corpo envelhece sem a sua permissão, mas a alma só envelhece se você permitir."








Você é mais alegre hoje ou no passado?

É mais simples atualmente ou quando era criança?

Consegue sorrir com facilidade por pequenas coisas como sorria na sua infância?

Seus sonhos aumentaram ou diminuíam?

Treinando a emoção para ser feliz- Augusto Cury

Do alto da montanha, Kali, a deusa da mote, ouviu o brado das pessoas e acordou de seu sono.
Levantou-se apressada da cama e correu para abrir a janela do quarto.
A visão que seus olhos conheceram amoleceu-lhe o coração.
Empilhada debaixo dele, havia uma multidão cercada por uma grande avenida de árvores, tão altas que envolviam o céu.
Animais de todos os tipos abriam caminho, cautelosamente, detrás do povo.
O cheiro forte de suor e a súplica estridente e apavorada estava em todos os lugares.
Kali virou-se da janela e chamou seu criado, o Tempo, com urgência.
Arreie os cavalos e atrele-os à carruagem, ela pediu.
Então, Kali abriu o baú dos tesouros e pesou objeto atrás de objeto, de seu interior escuro para o quarto todo, do chão ao teto, e fez uma pilha alta de presentes, cada um cintilando na embalagem dourada que o recobria.
Quando o Tempo trouxe a carruagem até a porta, Kali ordenou que ele a enchesse com os presentes com um único estalo de chicote, os cavalos correram sob o céu, carregando-os para baixo, aquela terra e toda sua miséria.
Kali visitou cada casa, cada cidade e cada aldeia.
Em todas as paradas, ela ordenou que o Tempo descesse da carruagem com os braços cheios de presentes para todos que viviam ou cresciam ali.
Avidamente, a embalagem dourada era rasgada para revelar os presentes trazidos.
Mas não houve respostas entusiasmadas.
O que kali trouxera para o povo, o que Kali embrulhara como presentes para as pessoas era decadência, bolô, ferrugem, conchas ressequidas.
Desde então, Kali envia o Tempo na frente, para avisar que ela está a caminho, para que o Tempo lhes ofereça seu próprio presente especial, bem como os prepare para o presente de Kali. O Tempo traz o presente dos cabelos brancos e o embrulho na embalagem dourada da sabedoria:
Ruga, frieza e velhice.
Pela primeira vez, as folhas mudaram de cor naquele dia e começaram a cair.
Os caules das plantas ressecaram, estalaram e voltaram para dentro da terra.
Naquele dia, também, as pessoas conheceram, pela primeira vez, as marcas das rugas em seus rostos, a rigidez dos membros e das juntas e os olhos que já não enxergavam com tanta clareza.
Também logo descobriram a morte e a dor da perda, primeiro entre os animais e depois entre as próprias pessoas.



Os idosos estavam partindo, mudando-se para abrir espaço para as crianças.



95 anos, a lindeza da foto acima, totalmente lúcida e inserida em nosso grupo.

Vamos brincar com a Chica 8 

 


Mente a funcionar, ocupar corpo, é salutar.


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Momentos Preciosos








ausência não é nada.

Uma mesa apoiada no oceano do silêncio,
de tinta, de papel.
Tudo é muito forte, a noite passa ou
a noite chega, não tenho medo.
Minha cabeça inclinou um pouco, apenas olhei para a folha de papel.
As palavras voam e você está lá. A ausência não é nada,
um pouco de tempo puro para inventar o amanhã.
A ausência é uma neutralidade absoluta, indiferença,
aparente silêncio, êxtase, uniformidade opalescente
e um cinza mal quente.
Não tenho nada a ver com amoras nas florestas de verão,
as conversas à mesa da cozinha descascando ervilhas,
o cheiro de maçãs na adega,
a voz de alguém que você ama que diz mais do que
quanto as palavras dizem,
o vermelho escuro de um copo de Porto para beber,
o leve farfalhar do dínamo contra a roda
durante um passeio noturno.
Momentos preciosos, que devem ser aproveitados por direito próprio imediatismo e saboreados com tranquilidade.
(La Première Gorgée de Bière , Philippe Delerm)

Li Aqui












Do nada surge uma oportunidade de um momento com a vizinha amiga... Aproveitamos o Domingo com sol.



Botando a cabeça pra funcionar 5 

  iniciativa da amiga Chica 


A foto de hoje é essa:



Natália e Sheila gostam muito de viver. 
Com algumas décadas de vida, procuram se alimentar bem.
Muitas pesquisas apontam o valor nutritivo dos ovos.
As amigas comem ovos sempre. Incluem no cardápio diário.
A vida pode ser longa,  devemos procurar nos cuidar para dela desfrutarmos com passeios, boas amizades e uma  boa alimentação propicia uma vida mais longa e sorrisos espontâneos nos lábios.
Pesquisas apontam que ovos reduzem o estresse, a ansiedade, melhora o humor e a qualidade do sono.


Vamos nessa? 2º

 



Participando de outra iniciativa da amiga Chica:
Em 20 palavras...

espelho- cacos- verdade


Valéria olhou-se no espelho.  Seu chão do viver estava cheio de cacos por não querer enxergar a verdade. Enganou-se redondamente. 





sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Eu não me Acostumo. E você?

 







Eu sei, mas não devia - texto completo

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. 

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. 

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. 

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. 

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. 

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. 

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. 

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. 

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado. 

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

 (Marina Colasanti, escritora brasileira  falecida na semana anterior)...

 Com o que você  não se acostuma na atualidade?



O casal responsável pelos nossos passeios  
nos convidou a um encontro entre o professores aposentados em Vila Velha.



Eu não e acostumo a viver sem me relacionar com pessoas do bem e da paz.  

Vamos brincar com a Chica



No amor, rodeios impedem o relacionamento transparente.



Eu não me acostumo com Amor de qualquer jeito.

Não sei ser pela metade em nada do que faça ou sinta.



E você?


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Sem Malícia




Você confiaria na proteção de segurança?



Levai os fardos uns dos outros.

(Gl 6,2)

Mas não sejamos bobos...



Senhor, dias difíceis me fizeram ser  o que eu sou...


Iniciativa da amiga Chica

Confiar, desconfiando.



Gabriela nasceu com cara de otária, bem como muito mais tarde lhe disseram seus filhos,  cada qual à  sua maneira. 
A filha um dia lhe disse que ela tratava leões como se fossem gatos... um filho lhe alertava sobre como todos se aproveitavam dela e o outro já dizia explicitamente para ela deixar de ser trouxa (otária). 
Ela confiava nas pessoas como se elas fossem como ela...
Não saiu como sua avó mineira...
No Brasil,  sabemos que os mineiros têm fama de muito desconfiados. 
Hoje em dia, ela está crendo que é  verdade. 
Não se pode confiar em quase ninguém.
Mesmo aqueles que parecem confiáveis podem nos trair. 
O que ela não aprendeu ainda, quase entrando na fase da sétima dezena de vida, é confiar desconfiando.
Será  que ela vai aprender depois de tanto baque na vida?
Deus permita que sim.
Confiar desconfiando, Diana!
O mundo não é  cor de rosa como nos contos de fada que você  leu na infância. 




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