domingo, 25 de outubro de 2020

Conversas do Sertão




CONVERSAS DO SERTÃO
(José Luís do Rego)

Saí de Campina Grande e não encontrei as cigarras de Bodecongo, como em janeiro de 1948. 
Havia, porém, o verde intenso do inverno cobrindo a terra duma tapeçaria gigante. 
Tudo em todas as graduações de verde.
VERDE EM TODOS OS TONS. 
Mas se as cigarras se tinham recolhido, os pássaros, na manhã de sol, não perdiam tempo, cantavam tão alto, no silêncio, que até suspirava o gemer dos pneumáticos sobre o saibro duro. 
Manchar de periquitos, nuvens de canários amarelos e chusmas de anunhu-mará, pelos arvoredos, pelos fios do telégrafo. E as flores do campo, os cipós que floriam como em passe de mágica. 
Era o sertão chovido.

11 comentários:

  1. Que lindo trecho! E o sertão se alegra com cada pingo chovido! beijos, lindo dia! chica

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  2. Olá amiga, que linda leitura nos proporciona....das "saudades do que não vi" está a de conhecer um pouco desse sertão tão comentado nos livros e musicas, mas também tão desconhecido do brasileiro que moram em outras regiões. em 2006 montamos um projeto de conhecer ao menos uma cidade de cada Estado Brasileiro, mas a vida mudou o rumo e ainda não conseguimos cumprir com esse objetivo, então sigo me encantando pelas palavras lidas ou escutadas das regiões que ainda não tive o prazer de conhecer.
    Muita luz e Paz
    Abraços

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  3. Uma publicação fantástica, como sempre!:)

    **
    O presente e um futuro...num passado
    -
    Beijos, e um excelente fim de semana.

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  4. Oi amada,a leitura nos engrandece. Enriquece o vocabulário, apresenta outras culturas.
    Amo essa Babel chamada Mundo. É preciso fazer chover Cultura para diminuir as distâncias. Propiciando o Respeito.
    Xeru

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  5. Um bonito texto. Não conheço a vida do sertão, mas suponho-a dura e seca, pelo que deve ser uma festa quando chove.
    Abraço, saúde e bom domingo

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  6. Boa tarde Amiga Rosélia,
    Um texto muito belo que me fez regressar á infância lembrando nesta época do frio, próximo do Natal, ver os pinhais cobertos de verde musgo aveludado com que fazíamos os presépios!
    Adorei sua partilha.
    Um beijinho e uma tarde de domingo abençoada.
    Ailime

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  7. Olá amiga Roselia: um texto bem bonito e que se lê com prazer.
    Bjn
    Márcia

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  8. Amei o texto, Roselia. Do sertão, conheço apenas a seca e a alegria que chega com a chuva. Bjs.

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  9. Oi Rosélia
    Deixe de onde está poetizando, por favor.
    Gostei muito muito da postagem
    Beijos
    Lua Singular

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  10. Que texto maravilhoso, minha Amiga Rosélia!
    Cuide-se bem.
    Um beijo.

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  11. Olá querida.
    E era o sertão chovido para trazer
    a beleza da natureza.
    Que texto lindo.
    Nos trás esperança.
    Que você tenha uma semana
    cheia de paz e beleza.

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