domingo, 27 de fevereiro de 2011

Metade da Vida Como Tarefa Espiritual


Sinto ainda que, acima da confiança nos exercícios espirituais e atividades, meu maior desempenho agora é o CONTATO COM O FUNDO DE MINHA ALMA, antes uma CISTERNA SECA.
O autoconhecimento é uma exigência dessa nova vida que se descortina.
Se, no fundo de minha alma, estou FRAGMENTADA, OBSCURECIDA, CHEIA DE MALDADE, COM COVARDIA E FALSIDADE, estou deveras ENCOURAÇADA. Me torno uma pessoa GROSSA, MACIÇA, NEGRA COMO A PELE DO URSO, quando me é indicada alguma falta, não ouço, rejeito observação na minha conduta, porque fica sendo IMPOSSÍVEL ROMPER TAL COURAÇA CEGA PELA MINHA PRÓPRIA RAZÃO. Fico, a exemplo de Sara, PETRIFICADA. Fico FRACA, censuro o outro, condeno, critico.
O que posso fazer?
Deixar cair a TORRE DA CATEDRAL DA AUTO COMPLACÊNCIA, AUTO JUSTIFICAÇÃO, COM TODOS OS SEUS ANDARES.
Neste autoconhecimento estou colaborando com a Ação do ESPÍRITO SANTO em mim.
Surgem nesta época novas possibilidades: o CONSIDERAR E TESTAR, o FAZER, o ABSTER-ME, OS PENSAMENTOS FAVORITOS, os DESEJOS, as VERDADEIRAS RAÍZES.
Também há o DESAPEGO a papéis, às ocupações ou ofícios, às posses, às formas piedosas, à VOCAÇÃO DE "BOA CRISTÃ", à idolatria...
Parece-me que até agora vivi METADE SIM, METADE NÃO, ou seja, NÃO POR COMPLETO.
Foram os revezes da vida, o tédio, o obscuro, o ser pobre, o ser débil, o orgulho e a mesquinharia, o inconsciente, a preguiça, o ilógico...
E DEUS permitiu que vivesse eu à duras penas, com ações e omissões, com preguiça, com medo, com muita covardia, com falsidade até na oração.



SERENIDADE

Aparece então a CAPACIDADE DE ME ENTREGAR, A ABNEGAÇÃO, O AVANÇO POR DEUS EM MIM.

Deixo com gosto o mal, a obstinação, a arbitrariedade, o bom como inimigo do melhor, a prática das virtudes inferiores, almejo VIRTUDES MAIS ALTAS, PRÁTICAS MELHORES.
Mas sinto que NADA FOI INÚTIL.
DEUS quer de mim o MAGIS para uma ESPIRITUALIDADE MAIS PROFUNDA, preciso sair dos monólogos cansativos, saborear o SILÊNCIO...e não devorar livros piedosos somente.

O escritor (leia a parte II) coloca um exemplo que me encantou muitíssimo: o da SERPENTE que, quando envelhece, fica cheia de rugas e cheira mal, busca lugar com pedras, desliza, deixa a "pele velha".
Minha natureza por maior e melhor que seja ficará envelhecida e com falhas.
Quando passei por entre as PEDRAS fiz em mim FERIDAS e EROSÕES.
DECISÕES me oprimiram, mas as ANGÚSTIAS ME AMADURECERAM E ME RENOVARAM.
Me sinto com uma sensação de ter sido raspada em minha natureza exterior (2 COR 4,10).
Então constato que A CRISE NÃO É PERIGOSA, DEUS SIM É QUE FICA MAIS PRÓXIMO DE MIM.
Agora sei que se tomo as rédeas da minha própria crise impeço a DEUS de agir em mim e também a mim de REAGIR.

O MAIOR TEMOR ...
É a excessiva ligeireza para planejar a vida e à pratica. DESCONFIO DE TODA PASSIVIDADE POR MEDO DE SOLTAR AS RÉDEAS.
Apenas "SUPORTO" a AÇÃO de DEUS, PASSO A PASSO... a PROVIDÊNCIA DIVINA, A ENTREGA DO MEU CORAÇÃO.


Assim me senti sempre e resolvi repostar esse texto...




Um comentário:

  1. Pq não adianta nada estarmos com nossa vida feliz, se a espiritual não estiver de acordo.

    Que divino isso.

    Um beijão, linda

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