Um dia, uma jovem senhora negociou todos seus pertences para concordar com seu marido e domiciliar-se em outro país da ascendência dele.
Em meio a toda sorte de promessas de uma prosperidade, visto que ele não se dera bem com a familia dela, resolveu lhe dar uma oportunidade pelos martírios que já havia passado no Brasil.
Ele foi preliminarmente e ela, após deliberar documentação (passaportes) que, na época, não era como hoje no Mercosul.
O proceso foi muito doloroso, com todo tipo de trastornos, tinha tido seu último filho e, ainda no reguardo, teve que partir somente com suas crianças e a roupa que coube nas bagagens. Nada mais...
Só que, na véspera de viajar para outro país, sofreu um assalto e levaram tudo que ela tinha resgatado no banco para o itinerário, absolutamente tudo e o que ela havia vendido. Muito jovem, há muitas décadas, tinha pouca experiência com a questão financeira.
Nunca lhe passou pela cabeça que era um sinal de que não deveria ir.
Uma amiga de muitos anos lhe emprestou uma soma que dava para viajar sem problemas, só que sem respaldo maior para o que viria...
No voo direto, sem conexão, sem nenhuma turbulência e uma das crianças, com menos de um mês de vida, acomodada num bebê conforto e mamadeiras pois ela teve uma quebra de resguardo por aborrecimentos e seu leite desapareceu de um dia para outro, não podendo mais amamentar.
Chegando ao tal país, foi bem acolhida no aeroporto e mal sabia ela o que lhe esperava. Nada era como seu esposo lhe fez crer.
Teria que morar com a sogra que foi sempre uma verdadeira 'bruxa'. Infelizmente, a teoria com aquela mulher impiedosa não saiu do habitual, era uma verdadeira cobra revelada logo nos primeiros tempos de convivência.
A jovem senhora começou a adoecer, muitos aborrecimentos lhe infligiram a radical mudança de vida.
Um único mês do ano em que fazia calor e era saudável, aproveitava para ir com as crianças à praia na capital, morava perto e ia à pé com eles, parando nos parquinhos para diverti-los. Era o único alento que tinha.
Parece uma história da carochinha, mas foi verídica e ela, ao fim de alguns poucos anos, persuadiu seu esposo a retornar ao seu país de origem. Na época, com o visto vencido, estava praticamente refém do marido. Como tinha um familiar dele na imigração, conseguiu voltar e depois de muito sobressalto e adversidades, pode se livrar dele de uma vez por todas.
Seu amor havia passado pela fase Encanto e Desencanto.
Ela que tinha muita fé e garra de leoa, conseguiu sair da desolação constante e soube ascender à Integração e até à Reintegração.
Na vida, doutrinou-se, fora tocada pelo condão mágico do amor, deixou seu sapatinho no coração de quem não a mereceu, viajou na abóbora da ilusão, o príncipe virou sapo e conviveu com a maçã envenenada ofertada pela bruxa má.
Como tinha uma Fada Madrinha que lhe protegia, pode se reerguer como águia.
Hoje em dia, seus filhos já criados e adultos responsáveis, sua vida tem sentido desde que se viu liberta de um narcisita nato.
"As pessoas mais fortes que eu conheço são mulheres que já se quebraram em mil pedaços, mas continuam se reconstrindo."
Aprendeu com o Pequeno Príncipe:
"O pequeno príncipe pergunta (Questiona) à serpente:
- Você não se sente sozinha aqui no deserto?
E ela lhe responde:
- "No meio da multidão, também nos sentimos sozinhos."
(O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint Exupéry)
Também com Machado de Assis:
"Não precisa correr tanto; o que tiver de ser seu às mãos lhe há de ir."
P.S. Aqui no Brasil, temos há anos, uma iniciativa toda quinta-feira (jueves) da querida amiga Chica, coincidindo com a dos queridos amigos da Espanha, Chile, Argentina, que tenho acompanhado desde o início do ano. Assim que faço logo no início da semana para não colidirem ambas.
Aproveito o ensejo para agradecer aos amigos dos 'JUEVES' que me leem com toda atenção e me incentivam muito com seus eloquentes comentários. Vocês chegaram ao meu contato virtual quando no Brasil estava tudo muito devagar em termos de blogs e desafios... A amiga Chica comentava comigo. Animaram-me muito, pois escrevo por prazer. Além do que as propostas de vocês são muito ricas e interessantes, desafiadoras mesmo. Adoro discorrer sobre outros assuntos diferentes dos que estava habituada. Mexem com nossos neurônios.
Na vida, muitos não tivemos nosso próprio pedaço, nosso quinhão.
Vivemos de migalhas de amor, quando sobrava um tico, um naco, nos regalávamos um pouco, de tão pouco que era...
NOSSA MORTE DIÁRIA acontece no sofrimento cotidiano, solitariamente se vivendo, incompreendidos por sermos defensores de um modo de vida pessoal, de uma opção, por termos medo de tantas coisas, alguns medos não infundados, eles vêm de uma vasta experiência profunda de seres humanos, da profunda falta de amor que habita no fundo do coração do ser humano criado peloAMOR.
Nossa morte para as delícias que Deus criou para cada um de nós:
Ela tinha tempo, era ela tão novinha, quando o amor lhe foi tirado sem que ela entendesse nada da vida.
Mesmo que o tempo se encarregasse de renovar essa dor, ainda a sente forte dentro do seu peito, como se nela estivesse cravada uma espada.
Seus olhos estão cheios de lágrimas porque o amor morreu para ela.
Seu coração esteve num luto eterno durante muito tempo e voltou a estar.
Há dor e muita tristeza em seu ser desde que foi experimentando mortes ao longo da sua vida.
"Todo mundo tem alguma coisa de bom para falar de você. Só estão esperando você morrer para falar".
Lembremo-nos:
"Nada podemos levar, nem sucesso, nem nossos haveres e nem as pessoas que amamos. Só podemos estender nossas mãos vazias e entregar-nos a braços acolhedores. Cientes da morte, poder viver resignados, mantendo uma distância correta das coisas. Nosso trabalho, nossos bens, as pessoas que nos cercam, tudo recebe sua medida exata. Viver com a morte significa também viver conscientemente e bem o momento presente, sentir o que é a vida em última análise: um presente. Não se trata de uma conquista nossa".
"Para ser santo, não é necessário ser bispo, sacerdote, religiosa ou religioso.
Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade esteja reservada apenas àqueles que têm possibilidade de se afastar das ocupações comuns, para dedicar muito tempo à oração.
Não é assim.
Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra.
És uma consagrada ou um consagrado?
Sê santo, vivendo com alegria a tua doação.
(Gaudete et Exsultate)
O mundo anda cheio de pessoas bélicas com sangue nos olhos.
Sejamos da paz!
Paz e bem aos amigos no Dia de Todos os Santos.
Quem muito sofre injustiças, Deus compensa com paz Interior.
Algo sonhado por muitos e não encontram nunca porque são da guerra, injustos e insensíveis.
A coroa de santidade foi dada aos que padeceram toda sorte de humilhações em vida. É em vida que se é santo (ou não).
Sua festa foi de halloween não faltou nada, tinha todos os personagens pertinentes, drácula, bruxa, piratas, caveiras...
A foto maluca ajudava na confecção da fantasia com perucas e chapéus diversos.
Teve abóbora recheada de doces deliciosos, de todos os tipos, a abóbora era grande e tinha que vir completa até a borda.
Infelizmente tem um fundo não bom as tais festas, mas crianças gostam e não podemos impedir que um primo vá à festa do outro numa família numerosa por causa de superstições infundadas.
Enquanto curtem só doces, guloseimas e brincam, tudo bem, há que ser tudo muito bem explicadinho de acordo com cada família.
Já participei do aniversário de um dos netos e entrei na onda me fantasiando de bruxa.
Sempre notei que a alegria que sentiam quando chegavam do inglês com as sacolas de doces, sem nenhuma maldade.
Maria Coruja resolveubrincar o Halloween de forma inusitada.
O mundo já tinha muita maldade, queria espargir boas-novas aos amigos.
De malandragem, todos estavam fartos.
Não queria ser uma bruxa, sonhava com festinhas antigas onde confete e serpentina faziam a alegria da criançada e a dos adultos de um modo em geral. Até carrancudos esboçavam parco sorriso.
Pegou sua vassoura mágica, colocou sua fantasia e saiu em campo.
Soprou pozinho de pirlimpimpim, a festa ficou animada.
Cada convidado para ganhar um doce, tinha que pagar uma prenda (truco o trato), com galhofas de vários tipos, como imitar o macaco, ajoelhar, bater palmas, cantar como o galo... uns tinham que se esconder para que outro o descobrisse para ganhar a abóbora plena de guloseimas. A caça às prendas animava muito toda a criançada.
Quem não cedia à brincadeira pagava uma pena, o melhor era aceitar e entrar no pedido da criançada.
Talvez, no país de origem, se possa ir às casas pedindo doces, aqui, não! O perigo está rondando mais do que mascarados de dráculas, bruxas, eles estão por todo canto fantasiados de 'gente boa'.