O dia amanheceu ocre por todo lado, uma sensação de outono inverno em seu coração invadiu o espaço, lugar de residência, influenciando seu coração apertado por estar naquele lugar de saudade.
Fazia um tempo que não ia por lá, era tão doloroso ter que reviver tantas recordações e emoções que não tinha como não se emocionar.
Estacionou seu carro do lado de fora da alameda principal do sepulcrário.
Ficou parada no portão, parecia que não queria adentrar naquele nostálgico lugar.
Na realidade, era um bloqueio emocional ao reviver tantas situações que jamais esperava sofrer, tão abruptamente.
Em suas mãos, levava cravos brancos num buquê amoroso tanto quanto havia sido o sentimento que ainda tinha em seu peito mesmo com alguns anos passados.
O lugar estava todo enfeitado de folhas mortas, secas como era sua vida há tempos.
Entre a dor do seu coração, o perfume das flores e a vontade de que não fosse verdade o que tinha acontecido, tinha que reviver. Entrou rápido, molhando o chão de lágrimas e pisando com força naquelas folhas como a descarregar vários sentimentos, inclusive um misto de dor e raiva.
Depositou o buquê fúnebre, fez suas preces e saiu rapidamente a buscar outro lugar onde reinasse o sol e o mar estivesse a lhe consolar o âmago.
O motorista dirigiu rapidamente, como que adivinhando seu ânimo tão amuado. Toda vez era assim, queria poupá-la de mais tristezas.
Deixou-a em seu lar, diante do pélago e guardado o carro na garagem, venceu mais uma dolorida viagem.
Ela trocou de roupa e foi ver seu mar sagrado para aliviar seu coração, a areia branquinha lhe deu outra sensação bem diferente daquele tapete de folhas mortas amareladas.
Teve fim aquela visita tão dramática que lhe revolvia as memórias de como já foi um dia tão feliz.
As marolas lhe beijavam os pés e a brisa lhe aquecia o coração, dando-lhe a sensação boa e carinhosa de sentir-se acolhida por aquele que estava com ela sempre, bem longe daquele simples memorial.
"Felicidade é a prática espiritual de viver cada momento com excessivo amor, graça e gratidão."
Participo, com imenso prazer, da iniciativa da amiga Norma Emiliano
A palavra é
Excesso
Uma mulher de fibra encantava-se com a natureza. Nela, para ela, nada era excesso, muito pelo contrário, era ainda pouco o que fazia, Deus merece tudo dela e muito mais.
Tanto verde em várias nuances, a imensidão do celeste no firmamento, as flores exuberantes só lhe firmavam seu grande apreço também pela Criação Divina.
Sempre que podia, visitava lugares onde estava em contato com a vida saudável.
O campo e suas adjacências, os interiores dos lugares, cidades pequenas, tudo era motivo de alegria excessiva em seu coração, vibrava com cada detalhe que o Criador lhe doava e a todos os seres humanos, com tanto carinho de Pai amoroso, contemplava tudo como se fosse criança de novo, com todo esplendor no coração.
Estar com suas amigas em ambientes verdes era excessivamente belo e feliz.
Como é maravilhoso todo excesso de Amor Divino, pensava ela ao caminhar pelos lugares que visitava.
Nada revelava intenso Afeto em abundância do que o meio ambiente.
Há demasias que fazem um bem enorme à alma ao espírito humano.
Ela sabe escolher com quais excedentes enche seu coração e o faz com gigantesca alegria.
Deus revela por ela e pela Criação inteira superabundante Afeição.
"O Amor quando é pouco falta"...
Deus nos ama muito, em excessivos cuidados diários.
Tive um final de semana abençoado, extremamente lindo e alegre em meio à natureza majestosa e aos amigos.
Os sentimentos trocados entre nós não foram escassos, apequenados, tudo na medida do nosso coração...
Obrigada, Senhor, pelo teu imenso e valoroso Amor.
Jesus disse que a alegria de dar é maior ainda do que a alegria de receber. Sinto que é a mais pura verdade, mesmo que o mundo prefira receber mais do que doar.
Não temamos doar nosso ser, há quem valorize tudo, até o pouco que, com Deus, é muito.