sábado, 17 de janeiro de 2015

Um Rei 'Miserável' (V)

Ainda arriscaram a fazer uma última observação: -"Sabemos o quanto és bom e que vais até as últimas consequências para resgatar quem Tu amas, mas poderão confundir-Te com um miserável, com um mendigo, com um criminoso, com um salteador.
Poderão desprezar-te, humilhar-Te, prender-te e atentar contra a tua vida. Talvez Te chamem de louco e de herético, apesar de esconderes todos os tesouros da sabedoria."
O rei fitou-lhes e disse; -"Eu sei tudo o que pode me acontecer, mas lhes dou uma ordem: ainda que me firam, me maltratem, me considerem o mais vil dos homens, arranquem-me as lágrimas e a vida, nunca intervenham. Quero mapear os meandros da alma do homem, quero compreendê-lo de maneira completa e atrair a mim todos os que puder. Espero que vocês entendam, preciso ir."
Não entenderam. 
Apesar de refrescarem-se diariamente com seu Amor, não compreendiam a dimensão da sua Fonte. Comovidos, dele se despediram.
Solitário, o rei saiu de madrugada.
Fez uma longa jornada.
Então, penetrou sorrateiramente no seio da humanidade.
Nos primeiros tempos analisou a dor, as angústias, as inseguranças, as fragilidades, a incapacidade de perdoar, de superar a ira, de transcender a inveja, de se alegrar, de amar.
Depois de longo período do anonimato, começou a revelar sua inteligência e amabilidade.
Por onde quer que transmitisse, o rei maltrapilho deixava atônitos os homens, espantados com suas respostas e com seus gestos, perguntavam: -"Quem é este homem misterioso que tem mãos grossas do trabalho e se esconde atrás de vestes tão simples."
Sociável, o rei entrava na casa de todos as pessoas.
Entrava na casa dos miseráveis e os consolava. 
Aos desprezados, gastava horas falando-lhes sobre o milagre da vida.
Atava as feridas dos moribundos. Chorava as lágrimas dos pais que perdiam seus filhos.
Satisfazia-se com o contentamento dos seus amigos.
Gostava de participar de festas.
Almoçava e jantava na casa de todas as pessoas.
Era tão gentil e sociável que tinha coragem de se convidar para jantar.
Todos queriam ser seus amigos. 
Alguns, querendo protegê-lo, afastavam-no da multidão.
Mas Ele furava o esquema e abria continuamente a agenda da sua emoção.
Queria ser amado e não temido.
Por isso, não revelava claramente sua identidade.
Gostava de esconder sua grandeza, procurava o Amor despretensioso.
Alguns colocaram-no nos céus, outros inclinavam o peito sobre Ele e achavam-no tão simples e humano. 

Suas palavras ardiam no coração e ensinavam às pessoas a SE AMAREM E A SE RESPEITAREM."

4 comentários:

  1. OLá amiga,
    Quem dera que os "reis" de hoje seguissem o Seu exemplo!
    Como todo o Mundo seria feliz, com mais justiça, solidariedade, igualdade, sem esses preconceitos que tanto dilaceram.
    Beijinhos excelente fim de semana.
    Ailime

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  2. Oi Rô! Linda essa série reflexiva... julgar e condenar é tão fácil; difícil é amar e perdoar! bjks Tetê

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  3. OI ROSÉLIA!
    REFLEXIVO E DE SUMA IMPORTÂNCIA, QUANDO NOS ALERTA PARA QUE SAIBAMOS, ATRAVÉS DO AMOR, PERDOAR.
    ABRÇS AMIGA
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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  4. Rosélia, é cada vez mais actual esta reflexão! As pessoas lidam mal com a diferença!
    Beijinhos, bom domingo :)

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