domingo, 29 de abril de 2012

Senhor

SENHOR

Publicado em 19 de novembro de 2008 no http://espiritual-idade.spaces.live.com/

Sempre tenho meu dia de deserto... relendo algumas coisas, Deus me brindou com uma taça de felicidade interior me fazendo parar mais um pouco nestaoração de Henri Newton. 
Quando me retiro no Mosteiro das Beneditinas ou em Petrópolis (RJ) ou em São Mateus (ES), me delicio com suas obras que me contemplam tanto.
Então, hoje a importei para o fundo de meu coração e compartilho com você, espero que algo lhe sirva para seu crescimento espiritual.


"Agora que cheguei a mais da metade da vida, quero entrar em vossa presença e entregar-me de novo a vós.
Durante as últimas seis décadas, vós me guiastes e aos poucos, me conduzistes a uma fé madura, a uma nova confiança em meus dons e a um amadurecimento espiritual.

Ao longo do caminho, lutei com muitas coisas, tentando encontrar meu lugar na vida, tentando encontrar meu lugar na família, tentando encontrar meu lugar entre os amigos, tentando encontrar meu lugar como vossa ministra.
Foi uma longa jornada com muitas alegrias e muitas dores, muitas dúvidas e muitas esperanças, com muitos momentos de solidão e muitos momentos de bonita amizade.
Agora, que recebo a confirmação de alguns amigos para perseverar na caminhada do bem, venho, de novo, vos pedir que me guieis sempre mais para perto de vosso coração e do coração dos que me são confiados.
Precisamente porque me encontro num lugar seguro, com saúde estável bons amigos, sou livre para escolher-vos novamente como meu pastor e guia. Ajudai-me a ser humilde no seio de um mundo tão repleto de ambição.
Ajudai-me a ser vulnerável num mundo tão preocupado com o poder.
Ajudai-me a perdoar numa sociedade em que a vingança e a retaliação criam tanta dor.
Ajudai-me a ser simples num ambiente tão complicado
Ajudai-me a ser pobre de espírito num meio que deseja tantas riquezas e aspirações a tanto sucesso.
Como estou nesta nova etapa de vida, venho a vós com um coração aberto, pedindo-vos que eu possa confiar nos dons que me destes e ter a coragem de assumir riscos em vosso serviço.
Não sei par aonde me conduzireis.
Não sei onde estarei daqui a dois, cinco ou dez anos.

Não sei da estrada à minha frente, vós me conduzireis, mesmo para onde eu preferia não ir, vós, Senhor, me levareis para mais perto de meu verdadeiro lar.
Obrigada, Senhor, por minha vida, minha vocação e pela esperança que plantaste em meu coração.


Amém!


sábado, 28 de abril de 2012

O Bom Pastor



Senhor,

Tu és o Bom Pastor
Eu sou a Tua ovelha.
Em alguns dias, estou sujo;
Em outros, estou doente.
Em alguns dias, me escondo;
Em outros, me revelo.
Sou uma ovelha ora mansa, ora agitada.
Sou uma ovelha ora perdida, ora reconhecida.
Eu sou Tua ovelha, Senhor.
Eu conheço a Tua voz. É que às vezes a surdez toma conta de mim.
Eu sou Tua ovelha, Senhor.
Não permitais que eu me perca que me desvie do teu rebanho.
Mas se eu me perder, eu te peço, Senhor.
Vem me encontrar.
Amém!

Extraído do livro Ágape do Pe. Marcelo Rossi, presente da amiga querida Tetê do Blog:
http://ma-nan-cial.blogspot.com.br/

VOA, MINHA LIBERDADE
(clique aqui por gentileza)


sexta-feira, 27 de abril de 2012

Amor de Vó




Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu. É, como dizem os ingleses, um ato de Deus. Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade. E não se trata de um filho apenas suposto, como o filho adotado: o neto é realmente o sangue do seu sangue, filho de filho, mais filho que o filho mesmo...

Cinquenta anos, cinquenta e cinco... Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que esperava. Não lhe incomoda envelhecer, é claro. A velhice tem as suas alegrias, as suas compensações — todos dizem isto embora você pessoalmente, ainda não as tenha descoberto — mas acredita.

Todavia, também obscuramente, também sentida nos seus ossos, às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade. Não de amores nem de paixões: a doçura da meia-idade não lhe exige essas efervescências. A saudade é de alguma coisa que você tinha e lhe fugiu sutilmente junto com a mocidade. Bracinhos de criança no seu pescoço. Choro de criança. O tumulto da presença infantil ao seu redor. Meus Deus, para onde foram as suas crianças? Naqueles adultos que hoje são seus filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento a prestações, você não encontra de modo nenhum as suas crianças perdidas. São homens e mulheres - não são mais aquelas crianças que você recorda. E então um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe põe nos braços um menino. Completamente grátis — aquela criancinha da sua raça, da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é um menino que lhe é "devolvido". E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito de o amar com extravagância; ao contrário causaria escândalo e decepção se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor recalcado que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração.

Sim, tenho certeza que a vida nos dá os netos para nos compensar de todas as mutilações trazidas pela velhice. São amores novos, profundos e felizes que vêm ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis. Aliás, desconfio muito de que os netos são melhores que namorados, pois que as violências da mocidade produzem mais lágrimas do que enlevos.

No entanto — no entanto! — nem tudo são flores no caminho da avó. Há, acima de tudo, a rival: a mãe. Não importa que ela seja sua filha. Não deixa por isso de ser mãe do seu neto. Não importa que ela ensine o menino a lhe dar beijos e a lhe chamar de "vovozinha", e lhe conte que de noite, às vezes, ele de repente acorda e pergunta por você. São lisonjas, nada mais.

Rigorosamente, nas suas posições respectivas, a mãe e a avó representam, em relação ao neto, papéis muito semelhantes ao da esposa e da amante dos triângulos conjugais.

A mãe tem todas as vantagens da domesticidade e da presença constante. Dorme com ele, dá-lhe de comer, dá-lhe banho, veste-o. Embala-o de noite. Contra si tem a fadiga da rotina, a obrigação de educar e o ônus de castigar.

Já a avó, não tem direitos legais, mas oferece a sedução do romance e do imprevisto.
Mora em outra casa. Traz presentes. Faz coisas não programadas. Leva a passear, "não ralha nunca". Deixa lambuzar de pirulitos. Não tem a menor pretensão pedagógica. É a confidente das horas de ressentimento, o último recurso nos momentos de opressão, a secreta aliada nas crises de rebeldia.

Uma noite passada em sua casa é uma deliciosa fuga à rotina, tem todos os encantos de uma aventura. Lá não há linha divisória entre o proibido e o permitido. Dormir sem lavar as mãos, recusar a sopa e comer croquetes, tomar café — café! — mexer no armário da louça, fazer trem com as cadeiras da sala, destruir revistas, derramar a água do gato, acender e apagar a luz elétrica mil vezes se quiser e até fingir que está discando o telefone.

Riscar a parece com o lápis dizendo que foi sem querer — e ser acreditado! Fazer má-criação aos gritos e, em vez de apanhar, ir para os braços da avó e de lá escutar os debates sobre os perigos e os erros da educação moderna.

Sabe-se que, no reino dos céus, o cristão desfruta os mais requintados prazeres da alma. Porém esses prazeres não estarão muito acima da alegria de sair de mãos dadas com o seu neto, numa manhã de sol. E olhe que aqui embaixo você ainda tem o direito de sentir orgulho, que aos bem-aventurados será defeso. Meu Deus, o olhar das outras avós, com os seus filhotes magricelas ou obesos, a morrerem de inveja do seu maravilhoso neto.

E quando você vai embalar o menino e ele, tonto de sono, abre um olho, lhe reconhece, sorri e diz: "Vó!", seu coração estala de felicidade, como pão ao forno.

E o misterioso entendimento que há entre avó e neto, na hora em que a mãe o castiga, e ele olha para você, sabendo que, se você não ousa intervir abertamente, pelo menos lhe dá sua incondicional cumplicidade e apoio... Além é claro das compensações....

Até as coisas negativas se viram em alegrias quando se intrometem entre avó e neto: o bibelô de estimação que se quebrou porque o menininho — involuntariamente! — bateu com a bola nele.

Está quebrado e remendado, mas enriquecido com preciosas recordações: os cacos na mãozinha, os olhos arregalados, o beiço pronto para o choro; e depois, o sorriso malandro e aliviado porque "ninguém" se zangou, o culpado foi a bola mesma, não foi, Vó?

Era um simples boneco que custou caro. Hoje é relíquia: não tem dinheiro que pague.
(Raquel de Queiroz)




"Quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim."





" A felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido "
[Marxwell Maltz]

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Metade da Vida Como Tarefa Espiritual

METADE DA VIDA COMO TAREFA ESPIRITUAL


METADE DA VIDA COMO TAREFA ESPIRITUAL



Um dos meus autores preferidos na atualidade tem sido ANSELM GRÜN.
Sempre que vou ao Mosteiro, Ir. Maria Águeda é a encarregada de me "integrar" e o mecanismo da leitura espiritual me compensa muitíssimo.
Hoje vou colocar em comum minhas anotações sobre a obra do autor acima citado, dentre tantas tão preciosas para mim:" METADE DA VIDA COMO TAREFA ESPIRITUAL".
NESTA FASE PERCEBO QUE acontecem MUDANÇAS, vem o abandono da ROTINA, muitas vezes a SEPARAÇÃO MATRIMONIAL, ocasionais DEPRESSÕES NERVOSAS, TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS...
Mas é também tempo de CRESCIMENTO e MATURAÇÃO.
Se fizer um discernimento dos fatos, há como SITUAR-ME e ganhar CIRCUNSTÂNCIAS favoráveis FÍSICAS E PSÍQUICAS, mesmo quando possa haver DIMINUIÇÃO DE FORÇAS CORPORAIS E (muitas vezes) ESPIRITUAIS TAMBÉM.
A vida por si só requer nesta fase que haja PLANEJAMENTO DE NOVOS DESEJOS em contrapartida com as NOSTALGIAS que se fazem imperativas...
DEUS está sempre PRESENTE NA "CRISE"... Disso eu tenho certeza absoluta.
Vejo que urge um maior empenho na liberação do AUTOENGANO, característica adolescente-juvenil da qual poderei me livrar definitivamente, com o auxílio da Graça Divina, já que outra época me é apontada.
Até os quarenta anos outra natureza domina o ser humano e, por suposto, a mim também.
É nesse novo modo de viver que o CONTATO COM O MEU ÍNTIMO ME FAZ ABANDONAR-ME, ENTREGAR-ME nas mãos do meu CRIADOR com maior ânimo e generosidade.
Tenho tentado combater em mim os zelos sem irradiação do amor e da bondade de CRISTO, o entusiasmo sem pedantismo e estreiteza. A pequenez interior, a falta de alegria, a auto justificação, fixação em princípios religiosos para "escamotear" a CRISE INTERIOR, ocultar a angústia da crise.
Percebo agora que criei IMAGENS DE MIM E DE DEUS, CONVULSÕES DO CORAÇÃO, PRINCÍPIOS FERRENHOS E ANGUSTIOSOS (ÍDOLOS), NARCISISMOS...
Aí DEUS intervém favoravelmente me desestabilizando, me tirando toda segurança, toda convicção.
ENCONTRO PESSOAL COM O SENHOR fica mais reluzente, mesmo nesta relação nova com este DEUS PERIGOSO, que me MOSTRA a VERDADE, OS MOTIVOS, QUE ME DESMASCARA, me fazendo ver meu antigo modo de ver tão semelhante ao dos FARISEUS.
Antes é como se tivesse bebido dos charcos a invés de inebriar-me da FONTE, antes passava sede, não tinha gosto em DEUS.
O ORGULHO, A OBSTINAÇÃO, A DUREZA DO JULGAMENTO, A "CONVERSA FIADA", O ATIVISMO RELIGIOSO... DEUS COMO UM ESTRANHO, UMA ANGUSTIOSA PERMANÊNCIA EM MIM MESMA, UMA VALORIZAÇÃO EM DEMASIA DO MEU PRÓPRIO EXECUTAR... Agora vejo, com maior clareza, que não devo confiar demasiadamente na PAZ, na RENÚNCIA, NO DOMÍNIO SOBRE MIM.

TUDO É GRAÇA!
Sinto ainda que, acima da confiança nos exercícios e atividades, meu maior desempenho agora é o CONTATO COM O FUNDO DE MINHA ALMA, antes uma CISTERNA SECA.
O autoconhecimento é uma exigência desta nova vida que se descortina.
Se no fundo de minha alma estou FRAGMENTADA, OBSCURECIDA, CHEIA DE MALDADE, COM COVARDIA E FALSIDADE, estou deveras ENCOURAÇADA. Me torno uma pessoa GROSSA, MACIÇA, NEGRA COMO A PELE DO URSO, quando me é indicada alguma falta, não ouço, rejeito observação na minha conduta, porque fica sendo IMPOSSÍVEL ROMPER TAL COURACEGA PELA MINHA PRÓPRIA FORÇA. Fico, a exemplo de Sara, PETRIFICADA. Fico FRACA, censuro o outro, condeno, critico.
O que posso fazer?
Deixar cair a TORRE DA CATEDRAL DA AUTO COMPLACÊNCIA, AUTOJUSTIFICAÇÃO, COM TODOS OS SEUS ANDARES.
Neste autoconhecimento estou colaborando com a Ação do ESPÍRITO SANTO em mim.
Surgem nesta época novas possibilidades: o CONSIDERAR E TESTAR, o FAZER, o ABSTER-ME, OS PENSAMENTOS FAVORITOS, os DESEJOS, as VERDADEIRAS RAÍZES.
Também há o DESAPEGO a papéis, às ocupações ou ofícios, às posses, às formas piedosas, à VOCAÇÃO DE "BOA CRISTÃ", à idolatria...
Parece-me que até agora vivi METADE SIM, METADE NÃO, ouseja NÃO POR COMPLETO.
Foram os revezes da vida, o tédio, o obscuro, o ser pobre, o ser débil, o orgulho e a mesquinharia, o inconsciente, a preguiça, o ilógico...
DEUS permitiu que vivesse eu à duras penas, com ações e omissões, com preguiça, com medo, com muita covardia, com falsidade até na oração.

SERENIDADE
Aparece então a CAPACIDADE DE ME ENTREGAR, A ABNEGAÇÃO, O AVANÇO POR DEUS EM MIM.
Deixo, com gosto, o mal, a obstinação, a arbitrariedade, o bom como inimigo do melhor, a prática das virtudes inferiores, almejo VIRTUDES MAIS ALTAS, PRÁTICAS MELHORES.
Mas sinto que NADA FOI INÚTIL.DEUS quer de mim o MAGIS para uma ESPIRITUALIDADE MAIS PROFUNDA, preciso sair dos monólogos cansativos, saborear o SILÊNCIO... e não devorar livros piedosos somente.

O escritor coloca um exemplo que me encantou muitíssimo: o da SERPENTE que, quando envelhece, fica cheia de rugas e cheira mal, busca lugar com pedras, desliza, deixa a "pele velha".
Minha natureza, por maior e melhor, que seja ficará envelhecida e com falhas.
Quando passei por entre as PEDRAS fiz em mim FERIDAS e EROSÕES.
DECISÕES me oprimiram, mas as ANGÚSTIAS ME AMADURECERAM E ME RENOVARAM.
Me sinto com uma sensação de ter sido raspada em minha natureza exterior (2 COR 4,10).
Então constato que A CRISE NÃO É PERIGOSA, DEUS SIM É QUE FICA MAIS PRÓXIMO DE MIM. Agora sei que se tomo as rédeas da minha própria crise impeço a DEUS de agir em mim e também a mim de REAGIR.

O MAIOR TEMOR ...

É a excessiva ligeireza para planejar a vida e à pratica. DESCONFIO DE TODA PASSIVIDADE POR MEDO DE SOLTAR AS RÉDEAS. Apenas "SUPORTO" a AÇÃO de DEUS, PASSO A PASSO... a PROVIDÊNCIA DIVINA, A ENTREGA DO MEU CORAÇÃO.
O NASCIMENTO DE DEUS EM MIM ...
Dentre PENÚRIA, APERTOS, DORES DO PARTO, eis que surge em mim, a MULHER NOVA, IMPOTENTE E FRACA, que está disposta a não ajudar a borboleta a romper tão depressa o casulo. Isto iria ser uma RUÍNA PARA MEU NASCIMENTO EM DEUS.
Aquela que admite a "crise" e deseja OUVIR O QUE DEUS QUER FALAR.
Eis uma nova fase: LAMENTAR, NÃO! DAR GRAÇAS, SIM!
Num ENFOQUE PSICOLÓGICO, (segundo e autor) o PROBLEMA da METADE DA VIDA é RELIGIÃO X HOMEM DOENTE? Religião é CAMINHO sobretudo para a vida e para a saúde.
No ímpeto da "crise", a mente explora a "criança amuada" que há em mim e ACLARA A SITUAÇÃO PRESENTE, encontro o caminho PARA AJUDAR AQUI E AGORA.
Vão se resolvendo os CONFLITOS NEURÓTICOS, os problemas da IMPULSIVIDADE. Me vi nesse PROCESSO DE INDIVIDUALIZAÇÃO, como que num espelho, ficou em evidência a PERSONA, o ROSTO, a MÁSCARA, TUDO QUE FICOU EXCLUÍDO, REJEITADO VEIO À TONA. Mas também assimilei que cada qualidade tem seu oposto.
Há ainda a POSSIBILIDADE DE CULTIVAR A INTELIGÊNCIA, os IMPULSOS INFANTIS DE SENTIMENTALISMO vão se amenizando.


quarta-feira, 25 de abril de 2012

Problemas da Metade da Vida


PROBLEMAS DA METADE DA VIDA FREQUENTES ...

. Tenho ainda dificuldade de enfrentar a RELATIVIZAÇÃO da minha própria pessoa
. Sinto imensa resistência em aceitar minha SOMBRA.
Então mais uma vez vem o Auxílio Divino para minha INTEGRAÇÃO( DA ÂNIMA E DO ÂNIMUS)Aceito com confiança a morte e o Encontro definitivo com DEUS.
Sei que pode brotar em mim a INSEGURANÇA, a PERDA DO EQUILÍBRIO, mas isto também me é útil... Traz contida a HUMILDADE que me capacita a escutar a VOZ INTERIOR, por mãos à obra e desenvolver a minha personalidade.
Examino meus "altos e baixos" com maior consciência: ódio x amor, falsidade x verdade, erros x convicções...
Experimento maior CONSCIÊNCIA SOCIAL. Descubro minha inteligência.
Sou capaz de PROJETAR e isto me causa FASCINAÇÃO, FORTES EMOÇÕES.
Não reprimo o humor, os AFETOS, as emoções, não me desculpo como se fosse fraqueza, como querem me incutir.
PERGUNTO AO MEU AFETO o que me quer dizer e acolho com carinho.
Peço constantemente ao SENHOR que não me deixe endurecer, não me permita ser fria, com atitudes estereotipadas, com perda de vivacidade, sem flexibilidade, enfim que eu viva plenamente a minha HUMANIDADE. Que todo cansaço, resignação, negligência, irresponsabilidade, tendência ao isolamento, seja trabalhado em mim, que eu me deixe ser modelada por DEUS e pelos "ANJOS TERRENOS" que Ele me presenteia sempre, nos quais encontro REFÚGIO!
Que eu não seja uma MÚMIA espiritual, com desencontros psicológicos de minha própria natureza!
Enfim que a ANGÚSTIA se afaste de mim!
Agradeço muito a
 DEUS por fazer parte de Comunidades lindas, e confessar determinadamente a minha agraciada filiação à Igreja Católica Apostólica Romana, a Igreja do meu Batismo ainda na infância, mas que nesta IDADE MADURA pude revisar com diligência e vislumbro um RENASCIMENTO ESPIRITUAL.



Aí vem os grandes desejos, AS PRÁTICAS DE EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS...mas começamos a experimentar que NÃO É POR ESFORÇO PRÓPRIO QUE SE ALCANÇA O FUNDO DA NOSSA ALMA. ESVAZIAR-SE!
DESPOJAR-SE!
DESNUDAR-SE!
...dos desenganos...das futilidades das nossas faltas...do sofrimento...dos vazios...da aridez...dos fechamentos em nós mesmos...

A CRISE ...

Como encarar com a mente e o coração abertos?
EXERCÍCIOS RELIGIOSOS, MEDITAÇÃO, ORAÇÃO PESSOAL, ORAÇÃO COMUNITÁRIA, CORO, DEVOÇÕES...
Falta de prazer, vazio, esgotamento, falta de paz... EXPERIÊNCIAS DE FRACASSOS ATÉ MESMO ESPIRITUAIS.
É TEMPO DE RECUPERAR A "DRACMA PERDIDA" e nesta procura, tirar coisa daqui,
Outra dali...ir remexendo até encontrar.


OBJETIVO DA CRISE
DEUS quer fazer algo de MAIOR em nós

A FUGA ...

Querer reformar o local em que vivemos, os outros, mudanças externas ao invés de nos REFORMAR-NOS. Nesta ocasião há uma possibilidade de entrar em nossa vida o ACOMPANHANTE ESPIRITUAL. É uma sugestão muito favorável.

A INIBIÇÃO ...
Aparece fortemente a "CAVALARIA DOS PRINCÍPIOS"' para ocultar a ANGÚSTIA INTERIOR que nos atinge em cheio.

Ficam incompatíveis as práticas religiosas, as orações diárias, se há dentro do nosso ser um endurecimento de coração, falta de amor, queixa demais, julgamento sobre fraquezas morais ou religiosas, sentimento de AUTO-PIEDADE, ou a soberba.

EXAMINARMO-NOS, CONSCIENTEMENTE, EIS A QUESTÃO!


terça-feira, 24 de abril de 2012

Amor Ágape (V)





SENHOR,
Eu tenho sede
No caminho difícil da minha vida,
Eu tenho sede
Nos abandonos, nas perdas, nas incompreensões.
Eu tenho sede.
Na miséria dos meus pecados,
Eu tenho sede.
No futuro que me amedronta,
Eu tenho sede.
No presente que me entristece,
Eu tenho medo.
Eu quero água, Senhor!
Eu quero água viva...
A água que me lava e me alimenta.
A água que me lembra o nascimento, o Batismo, o mar...
Eu quero a água viva que me mostra o mar de
Possibilidades que eu tenho na vida.
Nada nem ninguém poderá me roubar o futuro.
Eu quero água viva.

Eu quero esse alimento, Senhor!

Extraído do  livro Manancial- presente da amiga querida Tetê do blog:


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Do que não Preciso Para ser Feliz


Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos em paz nos seus mantos cor de açafrão.

Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos dependurados em telefones celulares; mostravam-se preocupados, ansiosos e, na lanchonete, comiam mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, muitos demonstravam um apetite voraz. Aquilo me fez refletir: Qual dos dois modelos produz felicidade? O dos monges ou o dos executivos?
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: “Não foi à aula?” Ela respondeu: “Não; minha aula é à tarde”. Comemorei: “Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir um pouco mais”. “Não”, ela retrucou, “tenho tanta coisa de manhã...” “Que tanta coisa?”, indaguei. “Aulas de inglês, balé, pintura, piscina”, e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: “Que pena, a Daniela não disse: ‘Tenho aula de meditação!’”
A sociedade na qual vivemos constrói super-homens e supermulheres, totalmente equipados, mas muitos são emocionalmente infantilizados. Por isso as empresas consideram que, agora, mais importante que o QI (Quociente Intelectual), é a IE (Inteligência Emocional). Não adianta ser um super executivo se não se consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!
Uma próspera cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: “Como estava o defunto?”. “Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!” Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega aids, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais…
A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito. Televisão, no Brasil - com raras e honrosas exceções -, é um problema: a cada semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos. A palavra hoje é ‘entretenimento’; domingo, então, é o dia nacional da imbecilidade coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: “Se tomar este refrigerante, vestir este tênis,¬ usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!” O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba¬ precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.
Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma su-gestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globocolonizador, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, autoestima, ausência de estresse.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade - a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer de uma cadeia transnacional de sanduíches saturados de gordura…
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: “Estou apenas fazendo um passeio socrático.” Diante de seus olhares espantados, explico: “Sócrates, filósofo grego, que morreu no ano 399 antes de Cristo, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: “Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz.”


Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Luis Fernando Veríssimo e outros, de “O desafio ético”

Inteligência, Vontade e Liberdade

INTELIGÊNCIA,VONTADE E LIBERDADE



Você é dotado  de inteligência, conm a qual pensa, reflete, planeja.
Você é dotado de vontade com a qual quer ou não executar o que sua inteligência lhe propõe  com ela age ou cruza os braços.
Além disso, você é dotado de  uma sensibilidade que o faz vibrar com as coisas, os acontecimentos, as pessoas ou detesta-las; sentimentos de alegria ou de tristeza, de paz ou de angústia, de ódio ou de amor, de ânimo ou desânimo.

Com tudo isso, você é capaz de criar uma realidade nova!

Todo aquele que cria alguma coisa, a cria para um fim: cria-se uma casa para morar nela.
Além disso, aquele que cria ao realizar o projecto, deseja que a exceção do projeto corresponda exatamente  ao que ele imaginou.
Você ficaria aborrecido se o pedreiro alterasse a fachada da casa, mudasse a distribuição  interna dos cômodos, etc.

Na nossa fé, afirmamos que Deus tem uma inteligência e uma vontade e é soberanamente livre.
Além disso, afirmamos que Deus criou o mundo e o homem.
Com  sua inteligência concebeu  um belo projeto de criação . Sua vontade o executou.
Você já pensou alguma vez nesse projeto de Deus para o homem no mundo , como o concebeu as relações do homem da seguinte maneira: em relação a Deus, o homem é chamado a ser filho que vive na sua amizade e intimidade, aceitando sua condição de criatura e suas limitações,  obedecendo filialmente aquele que é a fonte de sua existência e o daz existir, mas uma obediência sem temor, sem medo, respondendo ao amor de seu pai. 

Em relação aos outros, o homem é chamado a ser irmão, a relacionar-se com seu próximo no amor, uma vez que todos são filhos do mesmo Pai, amados por ele, nao adiantaria haver dominação de uns sobre os outros, nem opressão, nem injustiça, nem ódio entre os filhos de Deus.

Em relação ao mundo, o homem é chamado a ser senhor.
Deveria submeter o mundo com seu trabalho, deveria ser o representante de Deus no mundo, de sorte que  Deus continuasse, através do homem, agindo e criando. 
Ser imagem e semelhança de Deus exprime também essa vocação só senhorio, a ser livre diante de todas as criaturas.

O homem é chamado a viver essa tríplice dimensão  de filho, irmão e senhor, pelo simples fato de ser criatura e essa tríplice vocação,  o bom se realiza plenamente.

AGORA QUE VOCÊ COMPREENDEU MELHOR O SONHO DE DEUS, O PLANO DE DEUS SOBRE O HOMEM, ENTRE MAIS PROFUNDAMENTE NO MISTÉRIO PELA ORAÇÃO.

"Muitos sabem falar de Deus. Alguns até sabem falar com Deus. Mas, quase ninguém sabe calar perante Deus para que Deus lhes possa falar". 

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